Jovem não sabia que estava grávida e quase dá à luz no trabalho

O bebê nasceu prematuro, em uma cesárea de emergência — Foto: Reprodução/ The Sun

Quando Destiny Stephens-Coull, 21, chegou para fazer plantão na lanchonete em que trabalhava, no dia 13 de abril de 2022, ela não imaginava que estava prestes a dar à luz um bebê. Ela não fazia ideia de que estava grávida. A jovem estava no último ano de faculdade e saía para dançar e beber com os amigos aos finais de semana.

Ela, que mora com a mãe, Diane Coull, 55, em Essex, na Inglaterra, trabalhava meio-período em uma lanchonete, e foi durante seu turno que ela começou a sentir cólica. No entanto, pensou apenas que fosse um indicativo do ciclo menstrual chegando. Então, foi ao banheiro e percebeu que estava sangrando muito. Depois de uma hora com dor, ela foi levada às pressas para o hospital, onde ficou chocada ao descobrir que estava grávida e que seria encaminhada para uma cesárea de emergência.

Como continuou menstruando e não engordou, ela disse que nem desconfiou de que tinha um bebê a caminho. Hoje, o pequeno Kingsley, que nasceu prematuro, com cerca de 30 semanas de gestação, tem 2 anos e é um menino saudável.

“Lembro-me de sangrar no banheiro do trabalho e era muito forte – saía como uma torneira”, contou ela, em entrevista ao The Sun. Depois de 30 minutos, ela ligou para sua gerente, pedindo absorventes internos, mas ela sangrava tanto que não conseguia colocá-los. “O banheiro parecia uma cena de crime – havia sangue por toda parte”, conta.

“Fomos ao pronto-socorro e eles fizeram um exame. Então, de repente, uma enfermeira estava ao meu lado me dizendo que eu estava grávida”, conta. “Eu apenas disse: ‘Não tem como — saí para dançar no fim de semana passado'”, afirma. “Eu ia a baladas e bebia, dançava muito, tinha a barriga lisa. Achei que não havia absolutamente nenhuma maneira de estar grávida. Eu estava com muito medo de contar para minha mãe. Foi a parteira que teve de fazer isso”, explica.

Quando vi Kingsley pela primeira vez, não me senti como uma mãe – ele era adorável, mas a sensação era de que tinham me dado um bebê aleatório para cuidar”, diz ela. Destiny só sentiu que o filho era dela, quando o amamentou pela primeira vez. “Nunca planejei ter um filho e pensei que seria julgada porque sou muito jovem – mas todos me apoiaram muito. Estou muito feliz. Kingsley está crescendo e se tornando um garotinho tão gentil e atencioso”, celebra.

Embora Destiny lamente por nunca ter tido a experiência tradicional de gravidez, ela está grata por ter Kingsley. “Se alguém me dissesse há três anos que aos 21 anos eu teria um filho de 2 anos, eu teria dito que era mentira. Agora estou acostumada a ser mãe e estou em êxtase por ele ser meu filho”, completa.

Destiny não sabia que estava grávida quando entrou em trabalho de parto, no banheiro da lanchonete — Foto: Reprodução/ The Sun

O que é a gravidez silenciosa?

A gravidez silenciosa é um evento raro e ocorre quando a mulher não percebe que está grávida até o último trimestre da gravidez ou até o momento do parto. De acordo com estudos recentes, 1 a cada 500 gestantes pode não ter sintomas de gestação até a 20ª semana (5º mês de gravidez), e 1 em cada 2500 gestantes não tem nenhum sintoma ou alteração até o nascimento.

Diversos fatores podem impedir que a mulher perceba as mudanças da gestação no corpo ao longo das semanas:
  • Medo e estresse. Nem todas as gestações são planejadas e, muitas vezes, a negação pode ser um mecanismo psicológico de defesa em uma situação indesejada. Isso pode fazer com que a mulher dê, até inconscientemente, outras explicações para sintomas que está apresentando. Movimentos no abdômen podem ser gases, o ganho de peso pode ser causado pela alimentação inadequada e assim por diante... A realidade pode se tornar inegável só no momento do parto.
  • Sobrepeso ou obesidade. A gravidez silenciosa atinge com mais frequência mulheres que estão acima do peso, pois a gordura abdominal dificulta a percepção do aumento da barriga ao longo dos meses. Muitas mulheres também costumam passar por ciclos de ganho e perda de peso, conhecido popularmente como efeito sanfona, o que possibilita outras justificativas, além da gestação, para as alterações na balança. A gordura visceral pode também “amortecer” os movimentos do bebê, tornando-os menos perceptíveis.
  • Sintomas não específicos. Se forem leves, sinais físicos como enjoos matinais, aumento da frequência urinária, azia, dores nas costas e cansaço podem passar despercebidos ou serem atribuídos a outras causas.
  • Menstruação irregular. O uso irregular e/ou contínuo de pílulas anticoncepcionais pode fazer com que a mulher não estranhe a ausência de menstruação. Outras condições como a síndrome dos ovários policísticos, estresse crônico e desordens alimentares, como a anorexia e compulsão, podem levar a irregularidades e falhas no ciclo menstrual, que podem resultar na ausência de sangramento por — o que também confunde as mulheres.
  • Pequenos sangramentos durante a gestação. Principalmente no primeiro trimestre, sangramentos de implantação do embrião no útero da mãe — chamado de nidação — podem ser confundidos com menstruação. Já ao longo da gravidez pode ocorrer o rompimento de pequenos vasos do colo do útero, provocando sangramentos que as mulheres também podem acreditar se tratar do período menstrual.
  • Perimenopausa e diagnóstico de infertilidade. A perimenopausa, período de transição entre a idade fértil e a menopausa, causa menstruação irregular. Mulheres nessa fase podem atribuir os sintomas da gravidez silenciosa à chegada da menopausa. Já mulheres que receberam algum diagnóstico de infertilidade impreciso anteriormente podem ser mais resistentes a aceitar a gestação.
  • Posicionamentos incomuns do bebê e da placenta. Quando a placenta — órgão que faz as trocas de oxigênio, nutrição e imunização entre a mãe e bebê — está na parte frontal do abdômen, os movimentos do feto podem ser mais difíceis de perceber. Já se o bebê estiver com as costas voltadas para o umbigo da mãe, seus braços e pernas estarão virados para trás. Então, quando o pequeno se movimenta, não há pressão na musculatura abdominal e, sim, uma sensação suave na lombar, que pode ser difícil de identificar.
Fonte: Crescer


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