Passageiros se jogam no chão de ônibus durante protesto e pedradas em Vitória


Manifestantes pediam investigação sobre um homicídio que ocorreu na região de Inhanguetá; caso aconteceu na noite de quarta-feira (18)


Quem precisou passar pela Rodovia Serafim Derenzi na noite de quarta-feira (18), na altura de Inhanguetá, em Vitória, viveu uma cena de terror. Durante protestos por uma morte que ocorreu na região, semanas antes, manifestantes arremessaram pedras em viaturas e ônibus que estavam no local. Os passageiros dos coletivos ficaram desesperados, e precisaram se jogar no chão do veículo para se proteger.

Vídeos gravados por testemunhas mostram o momento de pânico dentro do ônibus da linha 535 (Terminal de Campo Grande). Nas imagens, é possível ver quando as pedras são arremessadas contra o para-brisas. Os passageiros se jogam no chão e gritam, com medo. Eles também pedem para o motorista sair do local ou abrir a porta, para que eles pudessem correr.

Em outra gravação, uma passageira mostra um vidro quebrado na lateral traseira de um segundo ônibus. De acordo com ela, a pedra arremessada chegou a atingir um rapaz que estava no coletivo.

Afinal, como tudo começou? De acordo com a Polícia Militar, o protesto iniciou durante a tarde. Aproximadamente 100 manifestantes estavam obstruindo as duas vias da Rodovia Serafim Derenzi. O objetivo era cobrar das autoridades a conclusão das investigações de um homicídio que ocorreu há algumas semanas, e que só sairiam do local com a presença da imprensa.

Os militares orientaram que os manifestantes liberassem as vias de forma pacífica para que um diálogo fosse firmado entre a PM e os líderes do protesto, para que assim fosse possível entender as reivindicações deles. "No entanto, os populares cessaram o diálogo. Em dado momento, as equipes ouviram barulhos de explosões e estampidos de bombas caseiras, além de serem atacados com pedras. As viaturas e os ônibus que estavam parados na rodovia também foram apedrejados", completou a corporação.

Ainda segundo a PM, a Força Tática foi acionada e os manifestantes começaram a dispersar arremessando mais pedras contra os coletivos. Os agentes usaram armamento não letal e bombas de efeito moral. Após o fim da manifestação, houve reforço no patrulhamento nos bairros da região.

No boletim de ocorrência, os policias não detalharam exatamente qual homicídio teria sido o estopim para a manifestação. A última morte noticiada no bairro foi no dia 7 de setembro, quando um adolescente de 14 anos, identificado como Caio Tieres Braz de Castro, foi assassinado por suspeitos que passaram na rua. Na ocasião, um segundo menor de idade também acabou ferido.

Questionada se alguém foi detido, a Polícia Civil informou que não houve registro da ocorrência na delegacia. A reportagem de A Gazeta também pediu detalhes à Guarda Municipal, mas, até a publicação desta matéria, não houve retorno.


Fonte: A Gazeta



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