Imunizante fabricado pela Pfizer é voltado para o combate a doenças relacionadas ao vírus sincicial respiratório (VSR), beneficiando crianças e idosos
Imunizante pode chegar à rede pública de saúde após avaliação do Ministério da Saúde. (Omar Lopez / Unsplash) |
Responsável por causar infecções respiratórias agudas, principalmente em bebês e em idosos, o vírus sincicial respiratório (VSR) agora pode ser combatido com um novo imunizante. Ainda em fase de distribuição no Brasil, a vacina Abrysvo já é encontrada em farmácias, clínicas e instituições de saúde privadas do Espírito Santo.
Aprovada em abril pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina é voltada para a proteção contra doenças como bronquiolite e pneumonia. No caso de bebês, o imunizante é capaz de prevenir as enfermidades ainda no ventre materno, já que as mães são o alvo da vacinação entre a 24ª e a 36ª semana de gestação. Já entre os idosos, há indicação de dose única para quem tem 60 anos ou mais.
O imunizante chegou ao país na segunda quinzena de setembro e, em breve, pode estar disponível na rede pública. Segundo a Pfizer, fabricante da Abrysvo, a incorporação da vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) passa por análise do Ministério da Saúde. Na Grande Vitória, o imunizante da Pfizer já é encontrado por valores que variam de R$ 1.450 a R$ 1,8 mil.
Preço da vacina Abrysvo em clínicas no Espírito Santo
▶ Burian Vacinas: R$ 1.450
▶ Bio Vacinas: R$ 1,5 mil
▶ Clipved: R$ 1.690
▶ Bee Vacinas: R$ 1.790
▶ CVP Vacinas: R$ 1,8 mil
***Valores referentes à última semana de setembro
No Estado, outra vacina, do laboratório GSK, também é encontrada por valores que variam de R$ 1.207,10 a R$ 1.414,13. A Arexvy é recomendada para a prevenção do trato respiratório inferior (DTRI), problema causado pelos subtipos do VSR em idosos.
Valores da vacina Arexvy em clínicas e farmácias no ES
▶ Pague Menos e Extrafarma: R$ 1.410,33
▶ Drogasil: R$ 1.424,13
▶ Burian Vacinas: R$ 1,470
▶ Bee Vacinas: R$ 1,450
▶ CVP Vacinas: R$ 1,6 mil
***Valores referentes à última semana de setembro
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), até o início de setembro, foram notificados 535 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por outros vírus, compreendendo o sincicial respiratório, adenovírus, coinfecção rinovírus e parainfluenza 1, com 91 confirmações. Houve 17 mortes, número 142,8% superior ao mesmo período de 2023, quando sete óbitos foram computados no Espírito Santo.
No país, o VSR está presente em 41,6% dos diagnósticos com resultado positivo para vírus respiratórios, sendo também um dos principais responsáveis por internações e mortes de crianças com até dois anos.
Especialista aponta cuidados com o vírus
Rita Elizabeth Checon, professora do Departamento de Pediatria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), explica que o VSR pode acometer pessoas de todas as faixas etárias. Entretanto, as crianças de até dois anos e os idosos são mais vulneráveis.
“Quanto menor a criança, maior o risco de bronquiolite grave, especialmente em recém-nascidos e bebês prematuros ou com doenças como cardiopatia congênita ou doenças pulmonares crônicas. Nos idosos, o VSR pode agravar outras condições, como doenças renais ou cardíacas, levando até a pneumonia”, pontua.
Segundo Rita, a detecção do VSR ficou mais acessível desde a pandemia de covid-19, já que os testes moleculares também são capazes de identificar outros vírus respiratórios. A especialista aponta que ainda não há tratamento específico para o VSR, ao mesmo tempo, a vacina pode ser aliada para a diminuição das complicações de saúde nos grupos mais vulneráveis.
“A vacina ainda tem um custo elevado e outra medida preventiva já está disponível no SUS desde 2013, que é o anticorpo monoclonal, aplicado mensalmente em bebês de alto risco durante a estação do VSR, mas não é considerado uma vacina”, frisa.
Contra o vírus, salienta Rita, as principais medidas preventivas são as básicas de higiene, como lavar as mãos, cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir, utilizar máscaras perto de bebês durante períodos gripais e evitar expor recém-nascidos a aglomerações e ao tabagismo passivo.
“Como o valor da vacina é elevado, por enquanto, as medidas de higiene e proteção são essenciais. A vacina não oferece 100% de proteção, mas cerca de 82% nos três primeiros meses de vida. Logo, a prevenção é crucial, especialmente em locais de maior risco, como creches e hospitais”, completa Rita.
Fonte: A Gazeta