Polícia Civil concluiu inquérito e divulgou o que apontaram as investigações sobre a morte de Murilo Costa Félix Oliveira, de 14 anos, em Cariacica, em setembro deste ano

A Polícia Civil do Espírito Santo concluiu o inquérito sobre a morte de Murilo Costa Félix Oliveira, de 14 anos, atingido com um tiro na cabeça quando manuseava uma arma de fogo com um amigo, de 15 anos, no dia 21 de setembro deste ano, na casa do colega, em Cariacica. O rapaz morreu no dia 26, após cinco dias internado. As investigações apontaram que o disparo foi realizado de forma acidental pela própria vítima.
O amigo de Murilo, que não foi identificado por ser menor de idade – conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad) – foi apreendido após o fato. Segundo a Polícia Civil, o disparo foi efetuado pela mão direita de Murilo, a uma curta distância. A arma era do pai do adolescente de 15 anos, que não estava na residência no momento do disparo. Ainda segundo a corporação, o menor tinha livre acesso à arma do pai, que estava em um cofre. O homem não tinha autorização para ter a arma.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (19), a Polícia Civil deu detalhes sobre o crime. Veja abaixo o que disse a corporação.
Principais informações divulgadas pela Polícia Civil:
- 20 pessoas foram ouvidas durante a investigação. Ao longo da apuração, algumas foram ouvidas mais de uma vez, totalizando 24 oitivas
- Inicialmente, boletim de ocorrência indicava a possibilidade de o adolescente de 15 anos ser o suspeito de disparo. A conclusão aponta que o tiro foi disparado pela vítima
- Tiro foi disparado pela mão direita. Bala entrou do lado da cabeça e saiu do outro lado. Lesão aponta que disparo foi a curta distância
- A Polícia Civil descarta que tenha havido suicídio. O tiro foi disparado de forma acidental, segundo a corporação
- Adolescente abriu o cofre e pegou a arma do pai. Ele retirou as munições e passou a gravar vídeos e mandar para os colegas. Murilo estava sentado. Pouco tempo depois, o adolescente voltou a municiar a arma. Murilo não sabia que a arma estava com munição no momento que pegou a arma
- O adolescente demorou mais de 15 minutos para acionar o socorro após o disparo. Ele teria alterado a cena do crime e retirado objetos do local
- Arma era ilegal. O pai do adolescente não tinha autorização para ter a arma
- Adolescente de 15 anos indiciado por ato infracional análogo ao crime de homicídio culposo, omissão de socorro e fraude processual
- A autuação do menor de 15 anos por crime análogo a homicídio culposo, mesmo ele não tenha sido o autor do disparo que atingiu o amigo, o tiro aconteceu, segundo o delegado Fábio Pedroto, em decorrência do comportamento do jovem. Ele explicou que para ser indiciado por homicídio culposo o adolescente não precisa, necessariamente, ter atirado. Neste caso, o comportamento dele causou a morte de Murilo
Fonte: A Gazeta