Ricardo Mello Araújo usou fala de seguidor para acusar líder religioso, que afirmou que declaração o coloca em 'situação de risco'
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Vice-prefeito de São Paulo ataca padre Júlio Lancelotti — Foto: Wikimedia e Reprodução InstagramO vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), culpou o padre Júlio Lancelotti pela instalação de uma nova cracolândia na capital. O político foi chamado por um internauta, numa publicação na quarta-feira (12), a visitar uma área que seria mais nova com dependentes químicos, no bairro de Belenzinho, na Zona Leste da capital. O vice de Ricardo Nunes respondeu: "culpa do (padre Júlio) Lancelot(ti)".
O religioso rebateu a declaração nesta quinta-feira (13), se disse perplexo com o comentário de Mello Araújo, e afirmou que a fala o coloca "em situação de risco. “Perplexo com comentário do vice-prefeito de São Paulo @melloaraujo10 que me coloca em situação de risco”, escreveu.
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Vcie-prefeito de São Paulo ataca Júlio Lancelotti — Foto: Reprodução InstagramAraújo divulgava em sua conta no Instagram uma ação para destruição de cortiços, sob a alegação de luta contra traficantes.
Araújo é ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a tropa de elite da Polícia Militar. Ele foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao cargo em meio a uma costura pelo apoio do ex-presidente à chapa, que terminou a eleição vitoriosa.
Júlio Lancellotti tem sofrido ataques por parte de políticos de extrema direita e direita. Em 2024 o vereador Rubinho Nunes (União), tentou aprovar duas Comissões Parlamentar de Inquérito (CPIs) na Câmara Municipal que miravam o trabalho filantrópico do padre.
A iniciativa, que chegou a ter 25 assinaturas de seus pares, virou alvo de repúdio quando o vereador passou a citar o nome de Lancellotti publicamente. O requerimento inicial não citava o pároco.
— Existe uma chamada máfia da miséria para obter ganhos por meio da boa-fé da população e isso não é ético e nem moral. O padre Júlio é o verdadeiro cafetão de miséria em São Paulo. A atuação dele retroalimenta a situação das pessoas. Não é só comida e sabonete que vai resolver a situação — disse ao GLOBO, na época.
Já em março, uma nova CPI foi proposta. Desta vez, para investigar abuso sexual contra moradores de rua da cidade de São Paulo. Apesar de não citar novamente Júlio Lancellotti, o vereador voltou a fazer associações.
A CPI não andou, houve uma desistência por parte de alguns dos políticos que antes apoiaram a proposta e a Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito contra o vereador Rubinho Nunes por suposto abuso de autoridade. Segundo a associação, o vereador tentou abrir uma comissão sem ter indício de conduta criminosa por parte do religioso, o que caracterizaria abuso de autoridade.
Fonte: O Globo
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