Localizado no norte da Macedônia, o sítio arqueológico Gradishte pode ter sido ativo desde 360 a.C. e habitado por humanos desde a Idade do Bronze
Por Redação Galileu
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O que acreditava-se que era um posto militar é, na verdade, uma cidade perdida — Foto: Cal Poly Humboldt's Cultural Resources Facility. |
Escavações arqueológicas perto no sítio arqueológico de Gradishte na Macedônia, revelaram uma cidade antiga de 2,5 mil anos. Até então acreditava-se que o sítio, localizado perto do vilarejo de Crnobuki, era um posto militar para os romanos de passagem.
A descoberta sugere que Gradishte foi uma cidade com uma vida cultura e econômica próspera, séculos antes do Império Romano ou de Alexandre, o Grande.
Descobertas da escavação
A primeira menção à cidade perdida na literatura foi em 1966 e o local foi um mistério por muito tempo — até agora. Nos últimos anos, escavações na área começaram a descobrir pistas sobre o tamanho e a influência do sítio arqueológico. Em 2023, com novas tecnologias como o drone LIDAR, que consegue mapear o que há abaixo do solo, Gradishte foi descoberta.
A escavação atual é conduzida pelas equipes do Cal Poly Humboldt, da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia, e o Instituto e Museu da Macedônia-Bitola e, até o momento, encontrou uma acrópole, ou seja, a parte mais alta da cidade, se estende por 28.328 metros quadrados.
Vários artefatos, incluindo machados de pedra, moedas, um ingresso de teatro de argila, cerâmicas, peças de jogos e ferramentas têxteis foram encontrados nessa área. Esses achados são evidências de que a cidade foi ativa desde 360 a.C., podendo ter sido habitada por humanos desde a Idade do Bronze.
"Estamos apenas começando a raspar a superfície do que podemos aprender sobre esse período", disse Engin Nasuh, arqueólogo curador e conselheiro no Instituto e Museu Nacional da Macedônia-Bitola, em comunicado.
Arqueólogos escavam cidade de 2,5 mil anos na Macedônia
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Descobertas e possibilidades
O arqueólogo Nick Angeloff considera até a possibilidade de esse sítio representar a capital perdida do Reino Lincéstida, estabelecido no século 7 a.C. "A descoberta é significativa e ressalta as complexas redes e estruturas de poder da antiga Macedônia, principalmente por conta da localização estratégica da cidade junto das rotas para Constantinopla."
É possível ainda que a cidade seja o local de nascimento da Rainha Eurídice I, avó de Alexandre, o Grande. Ela teve um papel fundamental na formação do panorama político da região.
Os pesquisadores continuarão se aprofundando na história da cidade perdida e esperam descobrir mais das redes intrínsecas e a cultura vibrante da antiga Macedônia.
"Todos esses estudos são uma parte pequena da pesquisa sobre as primeiras civilizações europeias", revelou Nasuh. "Vejo como um grande mosaico: nossos estudos são só alguns pontos desse mosaico. Com cada nova pesquisa, um novo ponto é acrescentado, até um dia termos a imagem completa."
Fonte: G1