Caso influencer Sarah Femina: Entenda o que é trombose profunda e saiba como tratar condição


A trombose é classificada como uma doença silenciosa, já que, em alguns casos, pode ser assintomática

A influencer Sarah Femina, de 21 anos, moradora de Araras (SP), enfrentou um episódio que abalou sua rotina e chamou a atenção de seus seguidores — Foto: Divulgação

A influencer Sarah Femina, de 21 anos, moradora de Araras (SP), enfrentou um episódio que abalou sua rotina e chamou a atenção de seus seguidores. Durante a gravação de um vídeo para suas redes sociais, ela sentiu uma dor intensa na perna, seguida por uma mudança drástica na coloração da região. O ocorrido levou à descoberta de uma trombose profunda, condição que exigiu internação e o início imediato de tratamento.

A jovem, que acumulava mais de 8 milhões de seguidores entre YouTube, Instagram e TikTok, registrou em uma postagem nas redes sociais o susto que viveu. Em seu relato, ela destacou: “Pior dor que eu já senti na minha vida. E eu nunca tive nada, nunca tive nenhum sinal.” Esse episódio, aconteceu no dia 23 de dezembro de 2024, quando a influencer, conhecida por seu conteúdo de humor e lifestyle, estava em plena atividade e de repente percebeu que algo estava errado com sua perna esquerda.


Descoberta e diagnóstico

Após o surgimento da dor, a jovem foi levada ao hospital, onde realizou exames que confirmaram a presença de um coágulo sanguíneo em uma veia profunda da perna. Segundo a cirurgiã vascular, Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, a trombose ocorre quando um coágulo se forma dentro das veias, dificultando o fluxo sanguíneo.

A influencer Sarah Femina, de 21 anos, moradora de Araras (SP), enfrentou um episódio que abalou sua rotina e chamou a atenção de seus seguidores — Foto: Reprodução/Redes sociais

— Em casos mais raros, o coágulo pode ainda se desprender da parede da veia e correr pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar que pode resultar até mesmo em morte súbita — alerta a médica.

O diagnóstico de trombose profunda, uma condição que pode ocorrer devido à má circulação, longos períodos em posição sedentária ou outros fatores de risco como obesidade e predisposição genética, fez com que Sarah fosse internada por três dias.

Durante esse período, foram realizados diversos exames, entre eles um ultrassom que confirmou a extensão do coágulo, e a jovem iniciou imediatamente o tratamento com medicamentos anticoagulantes. Atualmente, ela deverá manter o tratamento por pelo menos três meses, e suas atividades físicas estão restritas para evitar complicações.

O incidente ocorreu em um momento em que os casos de trombose têm aumentado significativamente no estado de São Paulo, conforme dados recentes da Secretaria de Saúde, que apontam um crescimento de 25,7% no número de atendimentos por essa condição em janeiro de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024.


Sintomas, prevenção e cuidados

A trombose é classificada como uma doença silenciosa, já que, em alguns casos, pode ser assintomática. Entretanto, sintomas como dor persistente na panturrilha, inchaço, sensação de calor, vermelhidão na área afetada, alteração na cor da pele e rigidez muscular são sinais que não devem ser ignorados. Especialistas recomendam que, ao identificar qualquer um desses sintomas, o paciente busque atendimento médico imediato para evitar que o coágulo evolua para uma embolia pulmonar.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, além dos sintomas já citados, a presença de varizes e dificuldades de locomoção também podem indicar problemas na circulação. O Hospital São Luiz esclarece que, caso o coágulo se desprenda e alcance os pulmões, o paciente pode apresentar dor no peito, tosse com sangue, falta de ar e até desmaios, sinais que exigem urgência médica.

Para a prevenção, a médica Aline Lamaita recomenda medidas que podem contribuir para melhorar a circulação sanguínea.

— O uso de medicamentos anticoagulantes, a prática regular de exercícios, a ingestão adequada de água, uma alimentação balanceada, evitar longos períodos sentado e o uso de meias elásticas são estratégias importantes — explica a especialista.

Tais medidas são particularmente relevantes para pessoas com fatores de risco, como gestantes, idosos, portadores de varizes, e aqueles que fazem uso de hormônios ou pílulas anticoncepcionais.

Além dos cuidados médicos, a conscientização sobre os sintomas e a importância de um diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações. O Ministério da Saúde tem intensificado campanhas de alerta, reforçando que a trombose, se não tratada, pode levar a quadros graves, incluindo a trombose crônica e a embolia pulmonar, que podem ter consequências fatais.

A crescente incidência de trombose pode estar relacionada, em parte, aos efeitos residuais da pandemia de Covid-19, que impactaram os hábitos de vida e a saúde cardiovascular de muitas pessoas. Essa condição, que afeta principalmente os membros inferiores, exige atenção redobrada e um estilo de vida que favoreça a circulação.

Fonte: O Globo



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