Acusado de matar homem em São Gabriel da Palha é condenado a 34 anos de prisão


Decisão saiu nesta quarta-feira (21); crime teve repercussão na época, pois sobrinha da vítima chegou a ser apreendida por envolvimento no crime

Fórum de São Gabriel da Palha, onde ocorreu o julgamento nesta quarta-feira (21) Crédito: Heriklis Douglas

Foi condenado pelo Tribunal do Júri a 34 anos, um mês e 15 dias de prisão Keslley Eduardo Correia da Silva, acusado da morte de Vagner Barbieri Barbosa, de 34 anos, no dia 10 de abril de 2021, no Córrego Sete, zona rural de São Gabriel da Palha, no Noroeste do Espírito Santo. O julgamento ocorreu nessa quarta-feira (21), no fórum do município. Segundo o Ministério Público do Estado (MPES), Keslley matou Vagner com a participação de uma menina de 13 anos à época, que era namorada do executor e sobrinha da vítima. A adolescente chegou a ser apreendida a mando da Justiça por envolvimento no crime.

De acordo com a sentença assinada pelo juiz Paulo Moisés de Souza Gagno, à qual A Gazeta teve acesso, Keslley foi responsabilizado a 24 anos de prisão pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por recurso que dificultou a defesa da vítima; 6 anos e 3 meses por tráfico de drogas; e 3 anos, 10 meses e 15 dias por associação ao tráfico.

A sentença detalha que o réu "agiu com culpabilidade exacerbada, tendo em vista que a vítima foi executada após ter sido colocada ajoelhada ou sentada, com três tiros na cabeça", e menciona que o assassinato atingiu profundamente a companheira e os filhos menores da vítima, que tiveram que mudar de residência após o crime. Quanto às penas relativas aos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas, o juiz considerou os chamados "antecedentes maculados", com base em sentença condenatória transitada em julgado do réu antes da sentença do júri desta quarta-feira (21).

Assim, o réu saiu preso do fórum, sem direito a recorrer em liberdade, para cumprir a pena que lhe foi imposta. A sentença menciona que a defesa de Keslley sustentou no júri a tese de negativa de autoria em relação ao crime de homicídio, e, ao mesmo tempo, tentou emplacar a tese do chamado homicídio privilegiado, que é causa de diminuição de pena para o homicídio simples. Quanto aos demais crimes — de tráfico de drogas e associação ao tráfico — a defesa também negou a participação do réu.


Sobrinha confessou participação

Na época do crime, o então delegado de São Gabriel da Palha, Rafael Caliman, disse que a investigação apontava que a motivação do homicídio seria o fato de que o tio tentava manter o controle sobre as pessoas com quem a sobrinha andava, inclusive monitorando as conversas dela pelo celular. "Ela (a sobrinha da vítima) veio à delegacia, foi confrontada com as provas que já tínhamos e acabou confessando que um dos executores era seu namorado e que eles tinham planejado o crime juntos", afirmou o delegado, à época.

Vagner Barbieri Barbosa, de 34 anos, foi morto na porta de casa, com três tiros na cabeça, por dois homens que chegaram em uma moto. O crime ocorreu na presença da esposa e dos filhos da vítima.

Na semana seguinte ao assassinato, em um dos endereços alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça no âmbito da investigação da morte de Vagner, os investigadores apreenderam drogas, material de embalo, balança de precisão e anotações do tráfico.

A reportagem tenta localizar a defesa do réu condenado. O espaço segue aberto para posicionamento.

Fonte: A Gazeta




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