Primeiro-ministro israelita considera aceitar um “cessar-fogo temporário” em Gaza de forma a permitir a libertação dos reféns.
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu anunciou esta quarta-feira, na sua primeira conferência de imprensa em cinco meses, que o líder do Hamas, Muhammad Sinwar, aparentemente está morto.
O líder do Governo de Israel adiantou ainda que há 20 reféns vivos confirmados em Gaza e "até 38" reféns mortos. “Traremos todos de volta”, prometeu, considerando aceitar um “cessar-fogo temporário” em Gaza de forma a permitir a libertação dos reféns.
Netanyahu diz que Israel tem um plano “muito organizado” para atingir os seus objetivos de guerra em Gaza, acrescentando que a guerra tem “um propósito claro e justificado”: “Para derrotar o Hamas, que cometeu as atrocidades de 7 de Outubro; para trazer de volta todos os nossos reféns; e para garantir que Gaza não representa uma ameaça para Israel.”
Esses objetivos, defende, são complementares. "E temos de os atingir plenamente", vincou.
Netanyahu admite que Israel tem enfrentado uma enorme pressão internacional e nacional para pôr fim à guerra em Gaza e regozijou-se pelos sucessos das forças do seu país também no Líbano e no Irão.
O governante afirmou ainda que Israel "ainda não" disse "a última palavra" na campanha contra os Houthis no Iémen e que "o Irão continua a ser uma séria ameaça", sublinhando que Israel está “em plena coordenação com os EUA: "Falamos com eles a toda a hora. Esperamos que seja possível chegar a um acordo que impeça o Irão de produzir uma arma nuclear."
"Isto significa que impedirá o Irão de ter a capacidade de enriquecer urânio. Se isso for conseguido, claro, acolheremos", acrescentou, alertando que "Israel reserva-se o direito de se defender contra um regime que ameace" destruir o país.
A ofensiva israelita em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, matou cerca de 53.500 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave.
O ataque do Hamas causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, na maioria civis, segundo uma contagem da Agência France-Presse baseada em dados oficiais.
Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 57 ainda se encontram na Faixa de Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo Exército.
A população da Faixa de Gaza aguardava esta quarta-feira desesperadamente a distribuição de ajuda humanitária, à medida que aumenta a pressão internacional sobre Israel, acusado de só permitir a entrada no território palestiniano de uma ínfima parte do apoio necessário.
Após mais de dois meses e meio de bloqueio total imposto à Faixa de Gaza, Israel anunciou que tinha autorizado a passagem de uma centena de camiões da ONU na segunda e terça-feira.
A autorização foi descrita pela Organização das Nações Unidas como "uma gota no oceano" e 22 países exigiram a retoma "imediata da ajuda total".
Fonte: Diário de notícias