Polícia monta arapuca e usa garrafas d'água para descobrir assassino procurado há 23 anos; entenda


Durante 23 anos, Eugene Gligor viveu livremente, sem levantar suspeitas, até que a ciência forense e a persistência policial puseram fim ao mistério

Leslie Preer e Eugene Gligor — Foto: Montgomery County Department of Police

Um homem que viveu por duas décadas em Washington, nos Estados Unidos, sem levantar nenhuma suspeita de que poderia estar envolvido em um crime grave declarou-se culpado nesta quarta-feira de homicídio doloso em segundo grau por um assassinato que chocou o condado de Montgomery há mais de 20 anos.

Eugene Teodor Gligor, de 44 anos, declarou-se culpado pelo assassinato de Leslie Preer, encontrada morta em sua casa em Chevy Chase em maio de 2001. A polícia fez um grande avanço no ano passado depois que uma tecnologia avançada de DNA forense vinculou Gligor ao crime.

Os investigadores recolheram sangue na casa onde aconteceu o crime e encontraram o DNA de um homem desconhecido, que até então nunca havia sido identificado. A evidência mais incriminadora encontrada foi o DNA sob as unhas de Preer, porque ela lutou com seu agressor antes de ser morta.

— Identificamos um parente distante que vivia na Romênia. Com essa informação, foi preciso construir uma árvore genealógica. Depois que ele foi preso com base nesse resultado de DNA, fizemos um teste confirmatório e novamente testamos seu DNA para garantir que era, de fato, o DNA do Sr. Gligor — afirmou o promotor do condado de Montgomery, John McCarthy.

Família de Leslie J. Preer — Foto: Reprodução

Mas, para colher as amostras do criminoso, a polícia se aproveitou do fato de que Eugene Gligor embarcaria em um voo de Londres com destino ao Aeroporto Internacional de Dulles, na Virginia, para montar uma operação discreta para capturá-lo.

Ao desembarcar, o suspeito foi conduzido a uma sala reservada para procedimentos alfandegários, onde agentes haviam estrategicamente disponibilizado várias garrafas de água. Gligor bebeu uma delas, permitindo que a polícia coletasse seu DNA de maneira discreta.

Embora a defesa tenha questionado a legalidade dos métodos utilizados para obter as provas genéticas, Gligor acabou confessando o homicídio antes que o tribunal avaliasse o argumento. Ele aguarda sentença e pode ser condenado a até 30 anos de prisão.


O crime

Eugene manteve um relacionamento com Lauren, filha da mulher assassinada, por cerca de cinco anos. O crime ocorreu três anos após o fim da relação e a motivação ainda é uma incógnita. Lauren começou a namorar Eugene Gligor quando ambos tinham apenas 16 anos, ainda no ensino médio. Apesar de dois anos de relacionamento à distância, o casal só encerrou a relação durante a universidade.

Mesmo após o término, Lauren afirmou que os dois mantiveram uma convivência amistosa e chegaram a se encontrar ocasionalmente em reuniões com amigos em comum. Em uma dessas ocasiões, segundo contou ao The Washington Post, ela chegou a comentar com Gligor sobre a morte da mãe, Leslie Preer.

Lauren disse nunca ter suspeitado do ex-namorado. No entanto, revelou que seu pai sempre desconfiou de Eugene. Embora nunca tenha apresentado uma justificativa clara, ele dizia que havia algo de estranho no comportamento do rapaz.


Fonte: O Globo



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