A conexão física entre o objeto e o operador faz com que o dispositivo não seja interceptado por meios eletrônicos. Nova arma tem sido usada, principalmente, na região ucraniana de Donetsk.
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Militar ucraniano observa o céu em busca de drones russos, em linha de frente de combate na região de Donetsk. — Foto: Reuters |
Ao intensificar seus ataques na guerra com a Ucrânia, a Rússia tem utilizando uma nova arma: drones com cabos de fibra óptica, uma inovação "simples" que neutraliza as defesas eletrônicas eficazes contra drones tradicionais.
Na nova "gambiarra", o dispositivo aéreo possui uma bobina fixada em sua parte inferior com dezenas de quilômetros de cabo óptico, o que conecta fisicamente o drone ao controlador. Conforme o objeto voa, esse cabo se desenrola e segue conectado ao controle.
O objetivo do equipamento é atacar e monitorar alvos ucranianos sem o risco de interceptação eletrônica, principalmente em áreas de trincheiras, na linha de frente da guerra entre os países. (entenda mais abaixo)
Nesse tipo de drone, os sinais de vídeo e controle são transmitidos através do cabo — diferentemente dos dispositivos tradicionais, que são operados por frequências de rádio. Ou seja, a existência de uma conexão física faz com que ele não sofra interferências por interceptores eletrônicos.
Veja as diferenças na arte abaixo:
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Como são os drones com cabos de fibra óptica usados na guerra com a Ucrânia. — Foto: Arte/g1 |
Os drones tradicionais costumam ser derrubados em contextos de guerra e segurança pública por um processo de interferência eletrônica chamado "jamming". Nada mais é do que a utilização de aparelhos para interromper ou bloquear sinais de comunicação com os dispositivos.
"Os equipamentos de jamming são grandes emissores de embaralhamento de radiofrequência", explica Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM e especialista em segurança internacional.
"Para isso, são utilizados caminhões com antenas, que embaralham a frequência inimiga e preservam a frequência de seus próprios equipamentos", acrescenta o especialista.
Dispositivos de jamming emitem sinais fortes nas mesmas frequências usadas pelos drones, sobrepondo ou bloqueando os sinais. Isso causa a perda de ligação com o operador, e pode levar o drone a pairar, cair ou tentar retornar à base.
"Nesse ponto, os russos estão bem mais avançados, até mesmo em relação aos norte-americanos", afirma Rudzit.
Fonte: G1