Aluna de escola da Rede Municipal de Jaguaré conquista primeiro lugar estadual em premiação do Ministério Público do Trabalho; agora, ela vai concorrer a prêmio nacional abordando tema sobre combate ao trabalho infantil; confira texto vencedor
A cerimônia estadual de premiação foi realizada no auditório do Tribunal Regional do Trabalho – TRT da 17ª Região, em Vitória. O evento reuniu estudantes, professores, secretários e prefeitos do Espírito Santo. O resultado marca o compromisso e o talento dos professores e dos estudantes do município.
Etapa nacional
Agora, a estudante irá representar o Espírito Santo na etapa nacional do concurso, na categoria Conto do Grupo I concorrendo com alunos de todo o Brasil. A divulgação final será realizada no dia 12 de outubro. Com essa conquista, Luna de Oliveira Fernandes mostra que a educação pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social sendo o caminho para construção de justiça social e um futuro melhor.
Prêmio MPT na Escola
O Prêmio MPT na Escola é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho – MPT, que busca estimular a reflexão e o debate sobre os direitos das crianças e adolescentes, promovendo a conscientização sobre temas como trabalho infantil, profissionalização dos adolescentes e aprendizagem profissional. A iniciativa busca incentivar a erradicação do trabalho infantil e valorizar a preparação profissional.
O prêmio promove a participação de alunos do Ensino Fundamental por meio de concursos de conto, poesia, desenho e música. O projeto se desdobra em etapas municipais e estaduais culminando na seleção de trabalhos vencedores para a disputa nacional, onde alunos e escolas são reconhecidos pela criatividade e dedicação ao abordarem temas sociais importantes.
O Menino que Queria BrincarEra uma vez um menino chamado João. Ele tinha 9 anos. Gostava de correr descalço na grama, jogar bola com os amigos e sonhava em ser astronauta. Mas João era diferente de muitas crianças. Em vez de ir para a escola todos os dias, acordava bem cedo para trabalhar.Carregava caixas pesadas no mercado e ajudava em construções. Às vezes, nem tomava café da manhã. Suas mãos pequenas e delicadas viviam machucadas. Ele ria ao ver outros meninos brincando na rua, mas sentia uma pontinha de tristeza no coração.João não era preguiçoso ele era forte. Mas trabalhar não era o que uma criança como ele deveria fazer. Criança tem que estudar, brincar e sonhar. O trabalho infantil rouba a infância, cansa o corpo e apaga a alegria. Um dia, uma moça chamada Ana, professora da escola onde João estava matriculado, foi até o mercado onde ele trabalhava. Ela viu João e perguntou:- Você já almoçou?João respondeu com vergonha:- Ainda não, professora.Ana conversou com o dono do mercado e com os pais de João. Explicou que ele precisava voltar para a escola. Juntos, encontraram uma forma de ajudar o menino. João voltou a estudar. E, quando a professora lhe perguntou o que ele queria ser quando crescesse, ele respondeu:- Quero ser astronauta. Mas, enquanto eu for criança, quero aproveitar para estudar, brincar e sonhar.E assim foi. João passou a frequentar a escola todos os dias. No início, sentia vergonha por não saber ler direito, mas com o apoio da professora Ana e dos novos amigos, foi ganhando confiança. Descobriu o prazer de ouvir histórias, de resolver contas e de desenhar foguetes nas margens do caderno.Aos poucos, seu sorriso ficou mais leve, e suas mãos, antes machucadas, passaram a segurar lápis de cor em vez de ferramentas pesadas. Nos finais de semana, corria descalço na grama como antes, mas agora também brincava de construir naves espaciais com papelão e garrafas PET.O sonho de ser astronauta voltou a brilhar nos olhos de João, mais vivo do que nunca. E, embora ele ainda não soubesse se um dia pisaria na Lua, uma coisa era certa: ele já estava voando bem alto, rumo a um futuro cheio de possibilidades.Porque quando uma criança tem a chance de ser criança, o mundo inteiro ganha.


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