Quem é o paraibano suspeito de atirar e matar empresário no ES


Segundo o delegado da Polícia Civil da Paraíba que trabalhou na captura, o suspeito Arthur Neves de Barros levava uma vida discreta e é réu por homicídio qualificado na Bahia

Arthur Neves é apontado como executor da morte do empresário Walace Lovato Crédito: Divulgação

Suspeito de atirar e matar empresário capixaba é preso na Paraíba

Responsável pela operação que prendeu em Sumé, na Paraíba, o suposto atirador que matou o empresário capixaba Wallace Borges Lovato, o delegado Gilson Duarte, da Polícia Civil do estado nordestino, explicou que o suspeito Arthur Neves de Barros, de 35 anos, responde na Justiça por suspeita de envolvimento em outros crimes, como violência doméstica e homicídio qualificado.

Em entrevista à reportagem de A Gazeta nesta sexta-feira (20), Duarte contou que em Sumé Arthur levava uma vida discreta e trabalhava como vigilante e bombeiro civil.

"As pessoas tinham um certo temor por ele, porque já circulava na cidade a informação de que ele havia cometido outro crime semelhante [ao assassinato do empresário Wallace] com características de pistolagem no estado da Bahia"

Arthur foi preso na última quinta-feira (19) suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Wallace, de 42 anos, no dia 9 de junho, quando o empresário saía da empresa em direção ao seu carro, na Praia da Costa, em Vila Velha.

Para encontrar Arthur, a Polícia Civil do Espírito Santo contou com as forças de segurança da Paraíba, num trabalho conjunto das inteligências dos dois estados. Arthur estava na casa onde morava, em uma região tranquila de Sumé — cidade a quase 2 mil quilômetros de Vitória. Ele não resistiu à prisão.


Investigação na Bahia

A reportagem consultou o histórico de Arthur Neves no site do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) e verificou que ele é réu em um caso de homicídio qualificado na Bahia. O processo tramita desde 2016 e a última movimentação aconteceu em 2018. O processo, no entanto, não teve sentença registrada nem foi arquivado. No Judiciário baiano, há também processos envolvendo crimes contra o sistema nacional de armas e violência doméstica.

Na Paraíba, ele responde desde 2023 por injúria, ameaça e violência doméstica contra uma mulher. "Na região, há informações de populares de que ele seria pistoleiro, mas a gente não tem confirmação dessas atividades criminosas. Há suspeita de que ele atuava quando era contratado para serviços fora do estado", afirmou Duarte.


Suspeito negou que tivesse vindo ao Espírito Santo

A captura de Arthur Neves ocorreu após um trabalho de inteligência que cruzou imagens do suspeito no Espírito Santo com registros na Paraíba. Segundo o delegado da Paraíba, as corporações já haviam juntado elementos de identificação e localização o suficiente para fazer a prisão do suspeito, mas no dia da operação, um boné contribuiu para confirmar a identificação.

“O boné foi a cereja do bolo. Ele usava o mesmo acessório em imagens registradas no Espírito Santo, e isso reforçou ainda mais o reconhecimento. Foi mais um elemento de informação”


Gilson DuarteDelegado da PCPB

A prisão aconteceu após horas de vigilância em frente à casa onde Arthur supostamente morava. "Fizemos campana desde as 18h da quarta até as 15h da quinta, quando ele saiu do imóvel foi capturado sem resistência", contou o delegado.

Ao ser abordado, ele não reagiu, mas negou as acusações. "Ele se manteve calmo, primeiro disse que ficaria em silêncio, depois negou ter estado no Espírito Santo. Mas, diante de algumas informações que apresentamos, voltou a se calar", relatou Duarte, que disse ter apresentado elementos ao suspeito que poderiam comprovar os indícios da participação no crime. Arthur não permitiu a entrada da polícia em sua residência.

“A gente acredita que poderia haver mais alguma coisa [provas] na casa que ajudaria nas investigações, mas como não havia mandado [busca e apreensão] e ele negou, não pudemos entrar”, explicou o delegado.


Preso preventivamente na Paraíba

Arthur foi preso com mandado expedido pela Justiça do Espírito Santo e deve passar por audiência de custódia na Paraíba ainda nesta sexta-feira (20). A transferência do preso ainda não foi solicitada oficialmente. Segundo o delegado paraibano, esse tipo de movimentação costuma ser discutido em fases posteriores do processo, especialmente quando envolve estados tão distantes.

“Agora ele permanece custodiado aqui. Depois da audiência, pode ser que haja a tratativa de transferência, mas isso depende da Justiça”, explicou Gilson Duarte.

A investigação sobre o assassinato de Wallace Borges Lovato segue em andamento no Espírito Santo. Até o momento, a Polícia Civil não divulgou a motivação do crime. Arthur Neves de Barros é apontado como o executor dos disparos, mas ainda não está claro se existe e quem seria o mandante do assassinato.


Outro suspeito já está preso no Espírito Santo

Outro suspeito de participação no crime, Arthur Laudevino Candeas Luppi, foi preso em Minas Gerais na terça-feira (17) pela Polícia Civil mineira. Luppi está no Centro de Detenção Provisória de Viana desde terça-feira. Em 2022, ele chegou a prestar concurso para ingressar na Polícia Militar capixaba.


O que diz a Polícia Civil do Espírito Santo

Procurada pela reportagem de A Gazeta para mais informações sobre as prisões, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) disse, em nota, que o caso segue sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. "Desde o momento do crime, as equipes iniciaram diligências para esclarecer os fatos, com apoio de ferramentas de inteligência e análise de imagens. A investigação segue em andamento e outros detalhes da investigação não serão divulgados, no momento", afirmou a corporação.


Fonte: A Gazeta


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