Casagrande critica tarifa de 50% imposta por Trump: 'Retrocesso'


Medida afeta economia capixaba, já que os EUA são o principal destinos das exportações do Espírito Santo

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo Crédito: Governo do Estado/Divulgação

O governador Renato Casagrande (PSB) criticou, em postagem em suas redes sociais nesta quinta-feira (10), a tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros. Nas palavras do governador, a medida é um "retrocesso" e "atende a motivações ideológicas".

O tarifaço foi anunciado quarta-feira (9) e atinge o Espírito Santo, já que o país norte-americano é o principal destino dos produtos capixabas, representado 33,9% do que foi exportado de janeiro e junho deste ano.

As tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump ao Brasil representam um retrocesso. Como governador de um estado com relevante comércio internacional, defendo o comércio justo, o respeito entre as nações e o diálogo acima de disputas políticas. A medida atende a motivações…— Renato Casagrande 40 (@Casagrande_ES) July 10, 2025

Já em conversa com a imprensa na tarde desta quinta, Casagrande afirmou que as medidas de Trump “não tem o amparo do bom senso”.

“É uma tarifa ideológica. Então, é natural que o governo brasileiro possa reagir veementemente a qualquer tentativa de interferência nas instituições brasileiras. Na área política, essa é a condição mais correta na minha avaliação. Na área econômica, o Brasil deve avaliar com os setores atingidos qual medida é interessante e menos prejudicial”, disse Casagrande.

O Brasil tem que ter cautela para adotar medida que diminua a pressão e os prejuízos no mercado


Renato Casagrande - Governador do Espírito Santo

Ainda segundo Casagrande, a visita do presidente Lula ao Espírito Santo, marcada para sexta-feira (11), será aproveitada para diálogos sobre os impactos no Estado.

“Nossa conversa agora é com o governo federal. Lula estará aí amanhã e, com essa conversa, vamos entender qual é a melhor medida [para o mercado capixaba]”, completou o chefe do Executivo estadual.

Entre os setores capixabas mais expostos à nova taxação estão aços, rochas ornamentais, papel e celulose, minério e café – todos com forte peso na estrutura econômica capixaba.

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) considerou a tarifa de 50% de "arbitrária". Já a Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) considera que a medida ameaça o desempenho das empresas e compromete uma cadeia produtiva que gera cerca de 480 mil empregos diretos e indiretos no país.

"Trata-se de uma medida extremamente severa, tomada com base em interesses político-partidários internos e que rompe com os princípios fundamentais que regem o comércio internacional", afirmou Paulo Baraona, presidente da Findes.


Fonte: A Gazeta



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