Explante mamário: por que cada vez mais celebridades estão retirando o silicone

 

Dr. Jairo Casali explica o que motiva a retirada das próteses, comenta os riscos e fala sobre a busca por um visual mais natural

Suzana Alves, Carolina Dieckmann e Isabeli Fontana retirarm silicone — Foto: Instagram/Getty Images

Movimento contrário ao auge dos anos 2000, a retirada de próteses de silicone tem ganhado força entre celebridades e impulsionado debates sobre padrões de beleza e bem-estar. A mais recente a passar pelo procedimento foi Suzana Alves, a eterna Tiazinha, que se internou em um hospital de São Paulo para a cirurgia de remoção. Antes dela, nomes como Carolina Dieckmann, Isabeli Fontana, Luiza Brunet e Rafa Brites já haviam optado pelo explante mamário.

Segundo o cirurgião plástico Jairo Casali, o aumento na busca por esse tipo de procedimento não se resume a uma tendência estética. "Provavelmente, o crescimento se deve à busca por mais conforto e por resultados mais naturais", explica ao GLOBO. Ainda assim, ele reforça que não há uma única motivação: "Há uma parcela de mulheres que decide retirar as próteses, mas também existe um grupo expressivo que continua optando pelo uso do silicone. Não existem regras, é uma decisão muito pessoal e que não deve ser guiada por modismos."

Uma das razões apontadas por quem passa pelo explante é a chamada "doença do silicone", condição ainda envolta em polêmicas. De acordo com o médico, ela é rara e de difícil diagnóstico. "Há muitos sintomas semelhantes aos de outras doenças, o que pode confundir a investigação. Mas nos últimos anos, especialmente em pacientes com histórico de doenças autoimunes, sua existência tem sido mais considerada", afirma.

A cirurgia de explante, apesar de mais delicada do que a de colocação, tem recuperação considerada tranquila. "O procedimento inclui a remoção do implante e da cápsula formada ao redor dele, seguida da reconstrução da mama com pele, glândula e, muitas vezes, enxerto de gordura da própria paciente", detalha Casali. A internação costuma durar apenas um dia, e o retorno ao trabalho pode ocorrer por volta do décimo dia de pós-operatório. Atividades físicas geralmente são liberadas após cerca de 30 dias.


Cirurgia para a retirada dos implantes tornou-se um pedido comum dentro dos consultórios

O receio de flacidez ou perda de proporção após a retirada é comum, mas, segundo o especialista, isso depende do volume de glândula e gordura mamária que a paciente possuía antes do implante: "É importante entender que a mama ficará menor. Mesmo com a enxertia de gordura, há limitações técnicas para alcançar grandes volumes. Em muitos casos, também é necessário remover pele excedente por meio de mastopexia."

Para o cirurgião, o interesse por um visual mais natural reflete uma mudança mais profunda na forma como as pessoas lidam com o próprio corpo. "Estamos vivendo uma nova fase de valorização da naturalidade, do equilíbrio e do bom senso. Houve um período de exageros, o que deixou muitos pacientes receosos. Hoje, nota-se uma busca maior por profissionais que compartilhem dessa visão. É uma espécie de revolução silenciosa", conclui Dr. Jairo.



Fonte: O Globo






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