Segundo a Polícia Civil, o suspeito, identificado como Bruno Alves, não ofereceu resistência no momento da abordagem

O sétimo envolvido no desaparecimento do adolescente Lázaro Airan, de 17 anos, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, no mês de junho deste ano, foi preso na tarde dessa quarta-feira (13), no mesmo município em que o crime ocorreu.
Segundo a Polícia Civil, Bruno Alves, não ofereceu resistência no momento da abordagem. Ele foi encaminhado ao plantão da 18ª Delegacia Regional de São Mateus, para ser ouvido e, após os trâmites legais, será encaminhado ao Centro de Detenção Provisória da cidade, onde ficará à disposição da Justiça.

Lázaro foi visto pela última vez com vida em um vídeo registrado por uma câmera de segurança no Centro de São Mateus, no dia 12 de junho. Ele havia saído de casa para entregar uma televisão que havia sido vendida por um amigo a um comprador.
Vinte e dois dias depois, em 4 de julho, o corpo do jovem foi encontrado enterrado em cova profunda, em uma área próxima da estrada de Barra Nova, no litoral do município. Não foi detalhado qual teria sido o papel de Bruno no crime.
O aparelho de TV foi encontrado na casa de Felipe Silva Rodrigues, de 24 anos, primeiro indivíduo pego pela Polícia Civil, no dia 17 de junho. Na época, a corporação divulgou que o suspeito relatou que tinha negociado com o adolescente a entrega de uma televisão vendida. Contudo, as investigações apontaram que o suspeito havia participado de uma emboscada para atrair Lázaro.
Depois de Felipe, ocorreram outras cinco prisões. Após todos os suspeitos darem entrada ao sistema prisional, as investigações estão em uma segunda etapa, voltadas à consolidação das provas e confirmação dos vínculos entre os investigados, disse o delegado responsável pelo caso Marcelo Cruz, titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, no dia 2 de julho.
Coletiva e depois silêncio
Desde a última coletiva de imprensa da Polícia Civil, junto da Polícia Científica e da Polícia Penal, no dia 7 de julho, nenhuma nova informação sobre o que aconteceu com Lázaro foi divulgada oficialmente. Foi explicado naquele dia que ainda não poderiam dar detalhes sobre qual foi o papel de cada um e nem a motivação do crime, que está sendo apurada. "É nisso que estamos trabalhando agora em silêncio, nenhum detalhe está sendo descartado", declarou o superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN), delegado Fabrício Dutra.
O nosso trabalho agora, de todas essas pessoas presas, é que ao final a gente possa individualizar a conduta de cada uma e mostrar a participação e a motivação, o porquê de fazer isso de uma forma cruel e bárbara com um adolescente, disse o delegado Fabrício Dutra, superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN)
Foi revelado na entrevista que foram identificados vestígios de um material que pode ser sangue nos dois veículos apreendidos. Ambos foram periciados com uso do 'bluestar', uma examinação mais elaborada que o luminol: o New Ford Fiesta branco, do cabo da PM Denis Marchiore, de 33 anos, e o Fiat Siena preto, de Walisson Pereira Carvalho, de 35.
Além disso, em um dos veículos foram encontrados fios e um pedaço de cano. Os itens, considerados "atípicos" pelo perito oficial-geral da Polícia Científica (PCIES), Carlos Alberto Dal-Cin, foram recolhidos e encaminhados para exames. Essa avaliação vai dizer se há algum material genético, e se ele pertence ao adolescente. Devido ao avançado estado de decomposição em que o corpo foi encontrado, ainda não foi possível determinar a causa da morte de Lázaro, e esses novos indícios podem ajudar.

"Nesse sentido, como a gente não tem inicialmente na necropsia uma causa da morte, pode ser alguma coisa sugestiva direcionada para asfixia, por exemplo, então um fio, nesse caso, poderia ser. A gente coleta, vamos fazer um swab para ver se tem perfil genético ali e de quem. Exame de DNA não é só com sangue, osso, tem tecido também que você pode fazer a correlação", detalhou Dal-Cin.
Segredo de justiça
Em nota, o MPES disse que "acompanha as investigações e diligências em curso e aguarda o resultado desses procedimentos para análise e manifestação sobre o caso. No momento, não é possível divulgar mais informações porque o caso tramita sob sigilo, para evitar prejuízos aos trabalhos em andamento".
Quem são os presos

O primeiro a ser preso na investigação do Caso Lázaro foi Felipe Silva Rodrigues, de 24 anos, que se apresentou na Delegacia de São Mateus, no dia 17 de junho. As investigações da Polícia Civil indicam que ele é suspeito de ter atuado para atrair o adolescente para uma emboscada. Após a prisão dele, a corporação passou a tratar o desaparecimento de Lázaro como sequestro
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Outros dois suspeitos foram presos no dia 26 de junho, em Guriri, balneário de São Mateus. A polícia não divulgou os nomes deles, mas a reportagem apurou que se trata de Lucas Eduardo Soares Chaves dos Santos, de 24 anos, e Walisson Pereira Carvalho, de 35 anos.
Na manhã de 1º de julho, a polícia confirmou a prisão de Yan Kryslan Pereira Dias, de 26 anos, também suspeito de participar do crime. Ele foi preso em Barra de São Francisco.
No início da tarde do mesmo dia, o cabo da Polícia Militar Denis Machiore foi preso por ordem da Justiça na investigação do sequestro e desaparecimento do adolescente.
No dia 2 de julho, a Polícia Civil prendeu Alex Nascimento Paixão, de 24 anos, na comunidade de Paraíso, em Conceição da Barra. Ele é o sexto suspeito de envolvimento no sequestro de Lázaro Airan dos Santos Pereira, de 17 anos.
Da Redação / Com informações da A Gazeta