Nailde Ferreira de Souza Silva foi encontrada com ferimentos às margens da ES 315 em julho deste ano e morreu no hospital; investigação apontou que ela não foi atropelada e sim violentada e deixada no local

Rodovia que Nailde Ferreira de Souza Silva foi encontrada ensanguentada e quase morta Crédito: PCES/Divulgação
A investigação da morte de Nailde Ferreira de Souza Silva, de 58 anos, encontrada caída às margens da rodovia ES 315, no trecho que dá acesso ao distrito de Santo Antônio do Pouso Alegre, em Boa Esperança, no Noroeste do Espírito Santo, em 18 de julho, ganhou reviravoltas.
Durante o inquérito, a Polícia Civil identificou que o óbito, que inicialmente foi registrado como sendo decorrente de um acidente de trânsito, foi, na realidade, um feminicídio, praticado pelo ex-companheiro da vítima, que não teve a identidade divulgada. O crime foi reclassificado e o autor indiciado.
A polícia identificou ainda que o suspeito era foragido do sistema prisional de Cuiabá, no Mato Grosso, e autor de diversos outros crimes.
Nailde foi encontrada caída e ferida na Rodovia ES 315, zona rural de Boa Esperança, na madrugada de 18 de julho. Ela foi socorrida pelo SAMU, mas veio a óbito no Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus.
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Inicialmente, a Polícia Militar registrou a ocorrência como um possível atropelamento. No entanto, a hipótese foi descartada durante as investigações, após a equipe de socorro do SAMU e o laudo cadavérico indicarem que a morte foi causada por traumatismo cranioencefálico por espancamento, e não por uma queda de motocicleta.
A perícia técnica também não encontrou sinais que indicassem uma queda no local em que a vítima foi encontrada.
Descobriu-se depois que ela estava na garupa da motocicleta de seu ex-companheiro, que se afastou do local do crime, e chegou a uma praça com as mãos sujas de sangue, alegando a uma testemunha que a vítima havia caído e que ele não retornaria para não ser preso, pois tinha "pendências com a Justiça".
Quando o autor foi identificado, a equipe da Delegacia de Boa Esperança descobriu que ele já estava detido por conduzir um veículo com placa adulterada no mesmo dia em que Nailde morreu, sendo que, ao ser conduzido à delegacia, ele havia dado um nome falso.
Diante disso, policiais de outros Estados foram acionados para obter a verdadeira identidade do homem, que, ao ser confrontado e já com o nome verdadeiro em mãos, confessou sua verdadeira identidade e admitiu ser foragido do sistema prisional de Cuiabá, com um mandado de prisão em aberto pela prática dos crimes de homicídio e roubo.
Ele irá responder pelos crimes de feminicídio, adulteração de sinal identificador de veículo e falsidade ideológica, uma vez que, durante a audiência de custódia, chegou a assinar documentos oficiais com o nome falso.
"Diante da hediondez e da abjeção do crime de feminicídio, reafirmo, em nome da Polícia Civil do Espírito Santo, nosso inabalável compromisso no combate a essa atrocidade. Que este caso sirva de alerta: o Espírito Santo não é solo para a impunidade. Foragidos da Justiça de qualquer parte do país que buscam refúgio em terras capixabas serão alcançados por nossa diligência e duro rigor, respondendo perante a lei com todo o seu peso", declarou o delegado titular de Boa Esperança, Felipe Augusto Cavalcanti Mariano.
Fonte: A Gazeta