Trump triplica bônus para imigrantes ilegais que saírem voluntariamente dos EUA até o fim de 2025


Medida concede até US$ 3 mil a cada pessoa que se autodeporte; governo prevê intensificar operações de deportação em 2026, apesar da queda de popularidade do presidente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assina decretos executivos na Casa Branca, em 18 de dezembro de 2025 — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

O governo do presidente Donald Trump anunciou um triplo aumento no incentivo financeiro concedido a imigrantes irregulares que decidirem deixar os Estados Unidos voluntariamente. O valor do chamado “bônus de Natal” passou a US$ 3 mil (cerca de R$ 16,7 mil) por pessoa, conforme comunicado do Departamento de Segurança Interna (DHS). A secretária Kristi Noem descreveu a medida como uma “generosidade” para aqueles que optarem por se autodeportar até o fim de 2025.

“Durante esta temporada de Natal, estamos oferecendo um bônus de saída de US$ 3.000, mas apenas até o final do ano. Aproveitem para se autodeportar, porque, se não o fizerem, nós os encontraremos, os prenderemos e eles nunca mais retornarão”, afirmou Noem. O DHS também divulgou postagens nas redes sociais alertando que se trata de uma “oferta de tempo limitado”.

Segundo a diretriz do governo, os interessados devem se inscrever por meio do aplicativo CBP Home, que oferece serviços migratórios, incluindo o procedimento de autodeportação. Em 2025, cerca de 1,9 milhão de imigrantes irregulares deixaram o país utilizando incentivos desse tipo, segundo dados do DHS.


Intensificação da política de imigração em 2026

Apesar da queda de popularidade de Trump — com aprovação sobre imigração caindo de 50% em março para 41% em dezembro —, o governo prevê aumentar ainda mais as operações de deportação em 2026. O “czar da fronteira”, Tom Homan, afirmou que os números de prisões e deportações “vão explodir” no próximo ano, com contratação de novos agentes, expansão de centros de detenção e parceria com empresas privadas para localizar imigrantes sem status legal.

O orçamento para ICE e Patrulha de Fronteira deve subir para US$ 170 bilhões até 2029, contra cerca de US$ 19 bilhões atualmente, permitindo aumentar a fiscalização em locais de trabalho, residências e demais áreas urbanas.

Desde o início do mandato, Trump autorizou a presença de agentes federais em grandes cidades, resultando em batidas em bairros residenciais, uso de gás lacrimogêneo e detenções de cidadãos americanos, o que gerou protestos e ações judiciais por suposta violação de direitos. Entre os detidos, cerca de 41% não tinham histórico criminal, enquanto antes da posse de Trump esse percentual era de apenas 6%.

Além do incentivo financeiro, o governo revogou o status legal temporário de imigrantes haitianos, venezuelanos e afegãos, e passou a mirar pessoas em situação legal durante processos de naturalização e emissão de vistos estudantis. Desde janeiro de 2025, aproximadamente 622 mil imigrantes foram deportados, com meta de remover até 1 milhão por ano, embora seja improvável que a meta seja totalmente alcançada.

Trump defende que a intensificação da repressão à imigração é necessária para conter os efeitos de políticas mais flexíveis do governo anterior de Joe Biden, apesar das críticas de violação de direitos e aumento de tensão social.




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