A
Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) entrou com uma ação na
Justiça Federal para pedir a anulação da eleição que colocou o atual
presidente da Assembleia Legislativa (Ales), Erick Musso, à frente da Casa por
mais três anos. Na visão dos membros, a votação foi muito antecipada, pois
ocorreu 432 dias antes do fim do mandato do deputado nesse posto.
"O
Espírito Santo não pode voltar a ter um tempo no qual a democracia não pode ser
posta em prática. Nós entendemos que uma casa de leis, qualquer que seja ela,
independente do presidente que lá esteja, precisa respeitar princípios
democráticos básicos", disse o presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk
Filho.
A
Assembleia aprovou, na segunda-feira da semana passada, uma emenda que permite
a antecipação da eleição da Mesa Diretora. A lei foi publicada na quarta-feira
e no mesmo dia o presidente da assembleia Érick Musso, dos Republicanos,
convocou eleição, que aconteceu em meio a um bate-boca dos deputados.
Chamou
a atenção da Ordem o tempo de antecipação para eleição. Como o mandado atual
vai até fevereiro de 2021, a OAB entende que a eleição só deveria acontecer
próximo ao fim do mandato e não 432 dias antes, como foi na semana passada.
"Você
promover uma eleição projetando uma aposta para 432 dias depois, sem dúvida
alguma, soa estranho", acredita José Carlos Rizk Filho.
A ação
da OAB deve ser apreciada até sexta-feira (6). Pode haver uma projeção do
processo eleitoral ou até mesmo a anulação.
Procurada,
a assessoria de imprensa do presidente da Casa informou que não vai se
posicionar.
Outro processo na Justiça
Após a
eleição, o deputado estadual Fabrício Gandini, do Cidadania, entrou com um
mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Estado pedindo a anulação do
pleito.
A
oposição alega que, por causa de uma manobra, não teve tempo para criar uma
chapa concorrente.
"Eu
confio muito na Justiça, até porque se esse precedente for aberto, nós corremos
um risco enorme que as Câmaras e outros órgãos de poder possam fazer eleições
nesse modelo. Isso não ocorre nem em associação de moradores, então imagina em
uma instituição que deveria se dar ao respeito e não retroceder como a gente tá
vendo", disse Gandini.
Fonte: G1 Espirito Santo