Nesta sexta-feira
(31) será conhecida a taxa de desemprego com a qual o Brasil encerrou 2019. Às
9 horas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua)
para o trimestre outubro-novembro-dezembro.
A taxa de desemprego começou
o ano passado em 12,7% e terminou o trimestre encerrado em novembro em 11,2% –
um ponto percentual e meio a menos.
O Itaú espera que a
taxa encerrada em dezembro permaneça igual, em 11,2%. Já a LCA Consultores
prevê uma pequena queda, para 11%, a mesma esperada pelo Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), pela consultoria 4E e pela
Guide Investimentos. Para a corretora Rico, o número deve ficar próximo de
10,8%.
Apesar de mostrar a
continuidade do lento e gradual processo de recuperação do mercado de trabalho
brasileiro, a última divulgação mostrou que ainda há cerca de 11,9 milhões de
brasileiros que querem e não acham uma ocupação.
Ainda maior é o
número daqueles que trabalham, mas em vagas informais: 38,8 milhões, nível
recorde desde o início da série histórica, em 2012. O avanço da informalidade,
detectado durante todo o ano passado, ajuda a explicar, inclusive, a queda no
desemprego, apesar de haver aceleração também no mercado formal.
Em 2019, o saldo de
vagas registradas ficou em 644.079, o melhor resultado em seis anos, segundo
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da
Economia.
Diferentemente dos
dados do IBGE, que são mais amplos e vêm de uma pesquisa feita diretamente nos
domicílios, o banco do Caged é alimentado mensalmente por informações dos
estabelecimentos sobre contratos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT).
“Momentos de estagnação da atividade econômica
são os melhores momentos para o emprego informal, porque ainda não há demanda
por emprego formal, mas os trabalhadores conseguem se realocar em empregos
informais. Quando a atividade econômica começa a se expandir, a demanda por
emprego formal cresce, e os trabalhadores tendem a abandonar o emprego informal
em direção ao emprego formal. Períodos de crescimento expressivo são, portanto,
consistentes com contração do emprego informal”, explicou o Itaú em relatório
sobre o mercado de trabalho, divulgado em janeiro.
Daqui para frente, a
expectativa é de que os números melhorem junto com a economia. A previsão
para o crescimento de 2020 é de 2,31%, segundo o último Boletim Focus,
aceleração em relação ao cerca de 1,1% registrados em 2019.
Costuma-se dizer que
o emprego é o último vagão do trem da economia, devido ao descompasso entre
atividade e a necessidade de contratações. Hoje saberemos um pouco mais sobre
como esse trem está rodando.
Fonte: Exame