A Petrobrás informou
em nota que iniciou a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma
emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante
a paralisação dos petroleiros. A categoria está em greve desde o dia 1.º deste
mês.
Até a sexta-feira,
trabalhadores de 84 unidades da estatal do petróleo, em 13 Estados, haviam
aderido ao movimento, segundo informação da Federação Única dos Petroleiros
(FUP).
A estatal afirma que
a medida foi autorizada pela Justiça, uma vez que a ordem judicial de manter em
serviço o mínimo de 90% do efetivo - determinada na semana passada pelo
ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) -
não vem sendo cumprida pelos sindicatos.
Em decorrência disso,
afirma à empresa, o Tribunal autorizou a contratação emergencial para evitar
impactos à operação e à produção.
O ministro considerou
que a greve possui "conotações políticas" e determinou também o
bloqueio das contas dos sindicatos envolvidos nas paralisações e a suspensão
das mensalidades dos empregados da estatal.
A Petrobrás diz ainda
que as contratações serão feitas garantindo que os profissionais atendam a
requisitos de qualificação técnica e possuam as certificações necessárias para
exercício das atividades.
"As unidades
estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência
quando necessário, e não há impactos na produção até o momento", reafirma
a companhia.
Os sindicatos afirmam
que a greve é contra o anúncio de demissões em decorrência do fechamento da
Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária da Petrobrás no Paraná que fabrica
fertilizantes. Para os sindicatos, quase mil pessoas, entre contratados diretos
e indiretos, vão ficar desempregados - a direção da empresa se refere em
comunicados a 396 empregados diretos atingidos pela decisão de fechamento da
unidade. Os empregados também questionam o cumprimento de termos de Acordo
Coletivo de Trabalho (TAC).
A diretoria da
estatal argumenta ser impossível manter a subsidiária funcionando após
sucessivos prejuízos financeiros e diz também não ser viável, do ponto de vista
jurídico, incorporar os funcionários ao seu quadro, porque a subsidiária possui
autonomia estatutária. Os sindicatos reclamam por não terem sido avisados
previamente da demissão em massa e pedem uma solução alternativa ao desligamento
dos trabalhadores.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo