Os casos confirmados
do novo coronavírus alcançou 234 ontem (16), segundo a atualização
divulgada pelo Ministério da Saúde. É mais do que o dobro de três dias atrás.
Na sexta-feira (13), o total passou de 100 pela primeira vez e agora já
ultrapassa os 200. Ontem, o balanço registrou 200 pessoas infectadas.
São Paulo é
responsável por mais da metade dos casos (152). Em seguida vêm Rio de
Janeiro (31), Distrito Federal (13), Santa Catarina (7), Rio Grande
do Sul e Paraná (6), Minas Gerais (5), Goiás (3), Bahia, Mato Grosso
do Sul e Pernambuco (2). Amazonas, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio
Grande do Norte registram um caso confirmado de coronavírus (um
caso por unidade da Federação).
Já os casos suspeitos
ultrapassaram os 2 mil, chegando a 2.064. São Paulo lidera com 1.177, seguido
por Rio Grande do Sul (119), Santa Catarina (109), Distrito Federal (107) e
Rio de Janeiro (96).
Os descartados
ficaram em 1.624. Ainda não foram notificadas mortes em razão da doença. Já não
há nenhuma unidade da federação sem casos confirmados ou suspeitos, o que
existia até semana passada (Roraima e Amapá).
Desses, mais da
metade é de casos importados (pessoas que contraíram o vírus em viagens para
fora do Brasil). Outros 34% são situações de transmissão local (quando uma
pessoa infectada contamina outra na mesma cidade).
DF fora da lista
A transmissão
comunitária (quando as autoridades de saúde não conseguem mais identificar a
cadeia de transmissão) ocorre em São Paulo e Rio de Janeiro, com 13 e 8 casos,
respectivamente. O Distrito Federal havia informado situações como essa, mas
conseguiu identificar a origem dos casos como importados e saiu desta lista.
Das 234 pessoas infectadas, 18 estão internadas.
Leitos
O Ministério da Saúde
anunciou hoje a disponibilização de dois mil novos leitos volantes de Unidades
de Tratamento Intensiva (UTIs) por seis meses. Atualmente há 55 mil espaços deste
tipo no país, sendo a metade no Sistema Único de Saúde e a metade em hospitais
particulares. Contudo, a rede pública atende 75% da população, enquanto a
privada, 25%.
Parte destes leitos
será distribuída a todos os estados proporcionalmente à população. Uma outra
parcela será repassada de acordo com a necessidade. A estimativa é sejam
investidos R$ 396 milhões para contratação e R$ 260 milhões para manutenção por
seis meses. Os estados entrarão com recursos humanos e os espaços físicos.
“Estamos sugerindo a
suspensão de procedimentos cirúrgicos, o que vai reduzir volume de pessoas.
Vamos modificar critérios de ingresso e saída de UTI. Quanto aos privados,
vamos regular esses leitos. Queremos saber qual é a ocupação, quem tem leito
ocioso e se for necessário vamos requisitar leitos privados para atendimento à
população brasileira”, informou o secretário executivo da pasta, João Gabbardo
dos Reis.
A equipe do
Ministério anunciou também o bloqueio da exportação de equipamentos e materiais
utilizados em UTIs, como ventiladores, respiradores, monitores, luvas,
máscaras. O objetivo é que esses bens sejam direcionados para atender às
demandas dos serviços de saúde aqui no Brasil.
Testes
Durante a entrevista
coletiva de atualização, a equipe do ministério foi questionada sobre as
recomendações apresentadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de
fortalecer os testes. Os representantes do ministério reafirmaram que nos
estados com casos importados e transmissão local, os testes estão sendo feitos
em pessoas com sintomas, vínculo epidemiológico com a doença e que tenham
viajado. Por enquanto, onde há transmissão comunitária, a prioridade é dada a
paciente em estado grave.
Entretanto, os
gestores acrescentaram que a pasta estuda a possibilidade de comprar testes
rápidos. “É possível que o MS faça uma aquisição e importação de testes
rápidos, que não dependem de envio de material para laboratórios. Isso está em
fase de discussão”, comentou o secretário executivo.
Mais Médicos
Os secretários da
Saúde comentaram também a contratação de 5,1 mil médicos dentro do programa
Mais Médicos. O governo irá permitir a entrada no programa de cubanos que
tenham atuado no momento anterior à ruptura da cooperação existente na
transição para o governo Bolsonaro. A seleção começará com profissionais
brasileiros com registro no conselho da categoria ou com diploma revalidado.
Até hoje, 4,4 mil médicos já haviam se inscrito no edital.
Caso as vagas não
sejam preenchidas, os médicos cubanos poderão ser convidados, em uma seleção
específica e desde que cumpram algumas exigências, como terem sido
naturalizados, terem pedido de refúgio ou que tenham solicitado residência no
país.
Além disso, poderá
haver convocações específicas para estudantes do último ano de cursos da saúde
para desempenhar atividades acessórias, bem como de médicos voluntários que
poderão contribuir com as ações de assistência.
Fonte: Agencia Brasil