Índices inflacionários, como IPCA e IGP-M, vêm surpreendendo sucessivamente as expectativas do mercado
O
Banco Central reconheceu nesta terça-feira que a inflação em dezembro deverá
ser alta, mas manteve a avaliação de que o movimento será passageiro na ata da
última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“As
últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do
arrefecimento previsto para os preços de alimentos, a inflação ainda deve se
mostrar elevada, com coleta extraordinária de preços de mensalidades escolares
e transição para o mais elevado patamar de bandeira tarifária de energia
elétrica”, apontou a ata.
“Apesar
da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico
de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução
com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente”, completou.
Na
semana passada, o BC manteve a Selic em 2% pela terceira vez consecutiva e
destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu
compromisso de não subir os juros básicos –através do chamado forward guidance–
podem em breve não estar mais satisfeitas.
“Isso
não quer dizer um aumento de juro imediato, mas coloca pressão em cima do
cenário em que a Selic subiria apenas no segundo semestre. Hoje vemos início de
alta em junho”, avaliam analistas da Exame Research.
Na
ata, o BC também reiterou a mensagem e ponderou quanto à atividade econômica no
país, que os riscos associados à evolução da pandemia podem implicar um cenário
doméstico caracterizado por uma retomada ainda mais gradual.
Com Informações Exame