O último domingo de janeiro (31) marca o Dia Mundial contra a Hanseníase.
Oficializado
pelo Ministério da Saúde como Janeiro Roxo. O tema deste ano é “Hanseníase:
conhecer para não discriminar”, e retoma para a importância da conscientização
e para o enfrentamento ao estigma e discriminação às pessoas acometidas pela
doença.
A
hanseníase ou lepra, como era chamada no passado, é conhecida como a doença
mais antiga da humanidade. Ela é considerada por especialistas como uma doença
negligenciada e afeta principalmente as pessoas que vivem em condições
precárias de moradia e saneamento – dois dos fatores que favorecem a
transmissão de seu agente causador, a bactéria Mycobacterium leprae ou
bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da
pele.
Geralmente,
o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, com perda ou
alteração de sensibilidade em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode
afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A transmissão
ocorre por meio das vias respiratórias (tosse, espirro, fala e respiração).
Após o
diagnóstico, disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os pacientes
recebem o tratamento completo baseado em poliquimioterapia (PQT), ou seja,
associação de vários medicamentos, conforme forma clínica. O diagnóstico
precoce e o tratamento da hanseníase interrompem a cadeia de transmissão.
Segundo
a referência técnica do Programa Estadual de Hanseníase, Alexandra Mello, a
hanseníase carregou por muitos anos o preconceito, pelo seu poder de causar
incapacidade e deformidades físicas. Ela é uma doença que tem tratamento e
cura, mas que ainda no século XXI está rodeada de mitos.
“Durante
muitos anos, os pacientes com hanseníase eram isolados como forma de
tratamento, por meio da política de isolamento compulsório. Ainda hoje, o
desconhecimento e o preconceito com a doença existem e o medo das sequelas
também”, explica a profissional. Ela lembra que, quanto antes o paciente fizer
o diagnóstico e iniciar o tratamento, maiores serão as chances de evitar
deficiências ou sequelas.
Dados
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Brasil tem quase 30
mil novos casos de hanseníase por ano.
Dados
do Programa Estadual de Hanseníase apontam que no ano de 2019 o Espírito Santo
diagnosticou 501 casos de hanseníase, sendo que a faixa etária mais atingida
foi a de pessoas acima de 15 anos, do sexo masculino. Já os indicadores do ano
de 2020 estão sendo copilados e serão consolidados até o final de março.
Principais sinais e sintomas da
hanseníase
- Os
sintomas da doença aparecem, principalmente, nas extremidades das mãos e dos
pés, no rosto, orelhas, nádegas, costas e pernas;
-
Manchas brancas ou avermelhadas na pele;
-
Perda de sensibilidade dolorosa, térmica e tátil;
-
Sensação de fisgadas, choque, dormência e formigamento na pele;
-
Queda de pelos e redução da transpiração.
Hanseníase tem cura
A
hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução prolongada que ataca a
pele e os nervos periféricos do corpo humano. É contagiosa, porém de baixa
infectividade e que tem cura. O tratamento da hanseníase é eficaz e
disponibilizado gratuitamente em Unidades Básicas de Saúde do município de
residência do paciente, e é realizado por meio de antibióticos disponíveis no
Sistema Único de Saúde (SUS). Seguindo o tratamento corretamente, o paciente
recebe alta por cura.
A
população precisa ficar atenta aos possíveis sintomas da doença como áreas na
pele com manchas e/ou dormências, falta de sensibilidade tátil, térmica ou
dolorosa. “Quanto mais cedo o paciente identificar os sinais e sintomas da
doença e procurar o serviço para ser feito o diagnóstico, e iniciar o
tratamento, maior serão as chances de evitar deficiências ou sequelas e de
cura”, informou a referência técnica estadual, Alexandra Mello.
O
diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que
convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso
novo diagnosticado de hanseníase são as principais formas de prevenção.
Assessoria de Comunicação da Sesa