Deixou tudo para os funcionários: os últimos dias de Eva Todor



Eva Todor era húngara de nascença, mas brasileira de coração. Nasceu em Budapeste em 9 de novembro de 1919, sendo registrada como Eva Fodor.

Artista nata, atuou no teatro, cinema, rádio e televisão. Começou nos palcos ainda criança, como bailarina da Ópera Real de Budapeste.

Migrou para o Brasil com a família em 1929, aos 10 anos, devido às dificuldades financeiras que a Europa enfrentava no período pós-Primeira Guerra.

Em 1934, então com 15 anos, a atriz estreou no Teatro Recreio, onde já mostrava sua veia humorística. Dois anos mais tarde, casou-se com Luis Iglesias. Ele escrevia peças para a esposa atuar. Ela era especialista em interpretar moças ingênuas.

Naturalizada brasileira


Eva se naturalizou brasileira na década de 1940, quando Getúlio Vargas foi assistir a uma peça sua e, encantado com a artista, perguntou se ela não tinha interesse em se naturalizar. Ela o fez logo em seguida.

Todor ficou viúva de Iglesias em 1958. Em 1964, ela se casou com Paulo Nolding, com quem ficou casada até 1989, sendo essa sua segunda viuvez. Apesar de ter tido dois casamentos, Eva não teve filhos.

Fez mais uma diversidade de peças atuou também no cinema, mas foi na televisão que Eva Todor tornou-se famosa.

Foram 21 trabalhos em telenovelas, minisséries e especiais. No gênero, seu papel mais marcante foi o de Kiki Blanche, na novela Locomotivas (1977).

Destaque em O Cravo e a Rosa


Eva Todor fez cerca de 15 novelas na Globo, ente elas O Cravo e a Rosa (2000), que está de volta numa nova faixa de reprises da emissora.

No folhetim, interpretou Josefa, mãe de Dinorá (Maria Padilha) e Heitor (Rodrigo Faro). Rabugenta, fazia o tipo da sogra malvada.

Vivia denunciando à filha as pequenas falhas de Cornélio (Ney Latorraca). Estava ao lado de Dinorá em tudo, e contra o genro sempre. Tinha um passado duvidoso.

Em 2007, aos 87 anos, lançou seu livro de memórias, intitulado “O Teatro da Minha Vida”, escrito por Maria Ângela de Jesus.

Últimas aparições na TV


Um de seus últimos trabalhos na TV foi na novela Caminho das Índias (2009), onde deu vida à divertida e amorosa Dona Cidinha.

A atriz ficou triste por não poder aparecer nos últimos capítulos da trama de Glória Perez, devido às fortes dores no estômago devido a uma hérnia de hiato, problema de saúde que sofria desde a infância.

Eva precisou ser internada e passou por uma cirurgia, da qual se recuperou rapidamente.

Foi convidada para reviver a personagem Kiki Blanche na nova versão de Ti Ti Ti, em 2010.


Seu último trabalho na televisão foi na trama global Salve Jorge, em 2012, quando viveu a fofoqueira Dália, amiga dos personagens de Nivea Maria e Stênio Garcia.

Com Doença de Parkinson, manteve-se afastada da televisão em seus derradeiros anos de vida. Sem familiares, vivia reclusa em sua casa, sendo cuidada por enfermeiras.

O que aconteceu com Eva Todor, a Josefa de O Cravo e a Rosa?


A veterana atriz dividia-se entre o seu apartamento no bairro do Flamengo, decorado com centenas de lembranças dos 67 anos em que viveu lá, e sua casa de veraneio na cidade de Miguel Pereira.

Com a saúde já muito fragilizada pela idade avançada, sofrendo de Parkinson e Alzheimer, além de insuficiência cardíaca, ficou em internação domiciliar.


Ela morreu em 10 de dezembro de 2017, enquanto dormia , em sua casa, vítima de pneumonia. A atriz tinha 98 anos.

Seu corpo foi velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e depois cremado no Memorial do Carmo.

Viúva, sem filhos e sem nenhum parente vivo, Eva deixou toda a sua polpuda herança para seus funcionários, que conviveram e cuidaram da artista até o fim de sua vida.

Fonte: TV História


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