Fevereiro Laranja: saiba como se tornar um doador de medula óssea no ES

Cadastro de doadores de medula óssea pode ser feito nos centros de hematologia do ES — Foto: Reprodução/Governo do ES

Nas conversas com especialistas, enfermeiros e outros profissionais envolvidos no processo de doação de medula óssea, uma palavra se repete: altruísmo.

É assim que eles definem o gesto de quem decide, por livre e espontânea vontade, tornar-se um doador de medula óssea para ajudar a salvar a vida de pessoas diagnosticadas com leucemia. Para elas, é justamente desse 'altruísmo' que surge a 'esperança'.

A campanha Fevereiro Laranja tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia (câncer da medula óssea) e a importância da doação de medula. Segundo o hematologista Douglas Covre Stocco, no Brasil, cerca de 9 mil homens e 10 mil mulheres são acometidos pela leucemia aguda todos os anos.

A estimativa, então, é que haja de mil a 1,5 mil diagnósticos positivos para a doença no Espírito Santo anualmente. "Pela gravidade da doença esse numero é muito grande", pontua o médico.

Confira tornar-se doador no ES

Cadastro no hemocentro

O primeiro passo para se tornar um doador de medula óssea é procurar qualquer um dos hemocentros da rede estadual, que estão localizados nas cidades de Vitória, Colatina, Linhares e São Mateus. Nesta reportagem, você confere os endereços e telefones de cada um deles. Os profissionais de Saúde costumam oferecer o cadastro para pessoas que vão a esses locais para doar sangue.

Coleta de sangue

Após preencher o cadastro (informando dados pessoais) para ser doadora de medula, a pessoa passa por uma coleta de sangue. Esse material genético é enviado para o banco de dados do Registro Nacional de Doares de Medula Óssea (Redome), que é coordenado pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer).

Cruzamento de Dados

As informações genéticas de doares de medula que vão para o Redome são cruzadas com as informações do banco de dados de pessoas com leucemia e que necessitam do transplante. É aí que os caminhos de doadores e de pacientes compatíveis começa a se intercalar.

"É essencial que o doador mantenha os dados atualizados. Ele precisa acessar o site do Redome para atualizar o cadastro para que seja localizado", ressalta enfermeira do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), Cristina França.

Transplante

Quando um doador compatível é encontrado, ele é chamado para o transplante, e pode aceitar ou não. Caso aceite, ele tem direito a escolher por qual procedimento quer passar.

Segundo o hematologista Douglas Covre há duas possibilidades: por meio da introdução de uma agulha diretamente na medula óssea ou por meio do uso de um medicamento, que faz com que as células da medula se desprendam e circulem pelo sangue. O doador, então, é colocado em uma máquina, que irá coletar as células-tronco.

"As células doadas vão ajudar a impedir que paciente tenha uma recaída. Ele é submetido a uma quimioterapia de preparo para receber o transplante e o sistema imunológico do doador vai ajudar a combater aquela leucemia", conta Douglas.

Atualmente, a coleta da medula e o transplante não são feitos em hospitais do estado. Por isso, o doador vai para outros estados e até mesmo para o hospital onde o paciente que receberá a medula está internado.

O encontro

Caso queiram, doadores e receptores de medula podem se conhecer um ano e meio após o transplante.

Números

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), atualmente existem 5.721 pessoas cadastradas para doação de medula no estado. O número já foi superior a 10 mil em 2020.

A enfermeira do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), Cristina França, aponta que uma das razões da queda é o fato de, no ano passado, o Ministério da Saúde ter alterado a idade permitida para doadores. Antes, pessoas entre 18 e 55 anos podiam doar a medula. Agora, a idade máxima caiu para 35 anos.

"O objetivo é qualificar melhor o doador, porque quanto maior a idade, a medula óssea da pessoa está menos proliferativa. Quanto mais jovem for o doador, maiores são as chances do paciente", explicou a enfermeira.

Por outro lado, o hematologista Douglas Covre aponta que, no ano passado, o número de doadores de sangue de forma geral também caiu no estado, o que, consequentemente, leva à redução de doadores de medula.

Douglas lembra que, apesar de em alguns casos o transplante poder ser feito entre familiares de primeiro grau, ainda que tenham metade de compatibilidade, esse tipo de tratamento moderno não é acessível a todos no Brasil. Por isso, cadastrar-se nos hemocentros continua sendo fundamental. "Quanto mais pessoas cadastradas, mais fácil é para achar um doador", diz o médico.

Outro ponto crucial na luta contra a doença é a doação de sangue. "É importante orientar as pessoas para que elas doem sangue, pois os pacientes com leucemia precisam muito de transfusões durante o tratamento", diz o hematologista.

Diagnóstico precoce salva vidas

Nem todas as pessoas que descobrem a leucemia precisam passar por um transplante. Isso acontece, segundo Douglas, em casos de estágio intermediário e grave. Casos de risco menor são tratados com quimioterapia.

Mas, para que os tratamentos não sejam iniciados quando a doença já está em estágio avançado, o diagnóstico precoce é necessário. Por isso, é importante manter os exames em dia e ficar atento aos sintomas:
  • Sensação de cansaço
  • Fraqueza
  • Tontura
  • Falta de ar
  • Febre sem explicações
  • Infecções frequentes
  • Hematomas pelo corpo

Fonte: G1


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