Quem são as presas que denunciaram suposto ‘ato libidinoso’ entre Monique e o advogado

Monique Medeiros duranta audiência no TJ, no dia 9 de fevereiro — Foto: Divulgação/TJ Brunno Dantas

Companheiras de cela de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel e presa pela morte do menino, denunciaram um "ato libidinoso" entre a professora e um de seus advogados. Os relatos foram dados à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ), que decidiu ouvir as detentas depois que Monique afirmou em juízo ter sido ameaçada dentro da cadeia.

Uma das mulheres que narra o suposto ato libidinoso é Fernanda de Almeida, a "Fernanda Bumbum", acusada de planejar a morte de uma rival de procedimentos estéticos.

Outra presa é Elaine Lessa, mulher do policial reformado Ronnie Lessa, presa por tráfico internacional de armas.

Além delas, outras quatro mulheres dividiam cela com Monique no Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio em Benfica, na Zona Norte do Rio, e teriam confirmado os relatos.

Veja abaixo a lista completa:
  • Fernanda Silva de Almeida, a “Fernanda Bumbum” - Presa por planejar a morte de rival de procedimento estético e casada com um ex-PM, condenado pela chacina da Baixada Fluminense;
  • Elaine Pereira Figueiredo Lessa - Presa por tráfico internacional de armas, ela é mulher do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes;
  • Karina Lepri Franco - Dentista que tramou com o amante miliciano a morte do marido, um diretor da Shell;
  • Priscilla Laranjeira Nunes de Oliveira - Síndica de prédio na Barra da Tijuca que tramou a morte de vizinho junto com o funcionário e amante;
  • Bruna Adrielly Correia Carlos - Presa na Rodovia Presidente Dutra com 750 kg de maconha;
  • Cintia Gomes de Oliveira - Presa por adulteração de sinal de identificador de veículo e corrupção ativa.

A Seap abriu um procedimento para investigar os relatos.

O que disseram as detentas

"Fernanda Bumbum" disse que Monique teria usado "roupas inadequadas" na visita de um advogado, e acrescentou que as outras presas da cela poderiam confirmar a versão -- o relato foi confirmado em documento obtido.

No depoimento, Fernanda também disse que, segundo Monique, o advogado era "apaixonado por ela" e faria de tudo para que ela deixasse a cadeia. A versão foi confirmada pelas outras cinco detentas.

Todas as seis afirmaram ter ouvido da própria Monique, ou de pessoas próximas a ela, que durante uma visita à cadeia onde a mulher estava presa um dos advogados que a defende teria se masturbado enquanto ela exibia os seios.

O ato teria acontecido no parlatório da cadeia (foto abaixo), onde há portas e não há câmeras de vigilância. Um vidro separava a detenta do defensor.

Nas declarações, o grupo de mulheres não especifica quando o ato teria ocorrido e nem quem era o advogado de defesa de Monique envolvido.

Parlatório do presídio onde Monique estava — Foto: Arquivo Pessoal

Priscilla, Karina, Elaine e Cintia contaram que a revelação ocorreu no meio do convívio das presas. E Bruna disse que o fato foi narrado durante uma discussão entre Monique e Fernanda.

A versão das outras presas passou a ser investigada pela Seap e um procedimento disciplinar foi aberto pela pasta.

O g1 apurou que Monique terá que depor à Comissão Técnica de Classificação (CTC) da secretaria e, se for punida, a infração será anotada na ficha dela.

O registro na ficha prejudicaria o índice de comportamento de Monique, que é usado como parâmetro para avaliações em progressões de regime.

Em relação ao advogado, a Seap disse que oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) sobre os termos das detentas.

Monique denunciou agressões durante audiência

Ao ser interrogada no Tribunal de Justiça sobre a morte do filho, no dia 9 de fevereiro, Monique denunciou ter sido alvo de agressões e ameaças na penitenciária Santo Expedito, para onde foi transferida em janeiro.

A juíza do caso, então, determinou que uma interna específica fosse transferida da cela onde Monique estava.

Como mostrou o g1 no fim do mês passado, a mãe do menino Henry dividia a cela com um grupo de seis internas, todas presas por crimes de grande repercussão no Rio de Janeiro. O que ficou evidente, também, é que a relação da mãe de Henry com as outras detentas era longe de ser pacífica.

Fonte: G1



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