Rússia acusa nacionalistas da Ucrânia de impedir evacuação da população civil

Famílias ucranianas vivem o drama da separação por causa da guerra com a Rússia - GENYA SAVILOV / AFP

A Rússia acusou neste sábado (5) as tropas nacionalistas ucranianas de impedirem a evacuação da população civil de Mariupol e Volnovaja, no sudeste da Ucrânia, e garantiu que, das 215 mil pessoas das duas cidades cuja saída teria sido permitida, "ninguém chegou aos corredores humanitários abertos".

O chefe do Centro Nacional para o Controle de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, afirmou, segundo a agência de notícias oficial do país, a "TASS", que Moscou respeitou "todas as condições da parte ucraniana, tanto em termos de horas, como rota e segurança".

A versão russa, contudo, aponta que nacionalistas e integrantes das Forças Armadas da Ucrânia aproveitaram a trégua humanitária para "reagrupar unidades" nas posições defensivas em toda Mariupol, o que também foi observado em Volnovaja. "Lamentavelmente, até o momento, temos informação confiável de que os 200 mil refugiados declarados de Mariupol e os 15 mil de Volnovaja, ninguém chegou aos corredores abertos", afirmou o general russo.

De acordo com o militar, as forças da Rússia foram atingidas por disparos de artilharia pela manhã (hora local), feitos de Mariupol, e "fogo contínuo" de Volnovaja durante cerca de 10 minutos – ambas as ações teriam acontecido depois do início do cessar-fogo anunciado por Moscou, que deveria ter começado às 7h (pelo horário de Brasília).

A Ucrânia, por sua vez, acusa a Rússia de ter descumprido o pacto de cessar-fogo, com bombardeiros contra a própria Mariupol, como arredores, o que frustrou os planos de evacuação.

Moscou garantiu que, nas direções de Volnovaja e Mariupol, os corredores humanitários "serão abertos todos os dias", mas que "as tropas nacionais reprimem categoricamente as tentativas dos civis de partir para a Rússia". De acordo com a versão oficial russa, "a situação é a mesma em Kharkiv (no leste da Ucrânia), em Sumy (no nordeste), assim como em outros lugares".

A rota escolhida neste sábado para a evacuação da população civil destas duas cidades não incluía nenhuma saída para a Rússia, mas sim um corredor humanitário entre as cidades de Mariupol, Nikolskoye, Rozovka, Pologi, Orekhov e Zaporizhzhia, de acordo com as autoridades ucranainas, que acusaram as forças russas de descumprir o cessar-fogo.

"Apesar da gravidade das consequências da interrupção da operação humanitária de hoje, estamos prontos para continuar trabalhando paciente e persistentemente com os representantes da Ucrânia e das organizações internacionais, para resolver de imediato a crise humanitária", afirmou Mizintsev. Segundo o militar, a situação na Ucrânia está "se deteriorando rapidamente e continua adquirindo proporções catastróficas", mas garantiu que a Rússia está "cumprindo todas as obrigações humanitárias assumidas e continuará as honrando".

Mizintsev afirmou que as forças russas permitiram a evacuação de mais de 156 mil pessoas da Ucrânia, sendo quase 42 mil crianças, de regiões mais perigosas, desde o início da "operação militar especial" – nome dado pela Rússia à invasão no país vizinho. O coronel, contudo, não especificou se essas pessoas são das regiões pró-Rússia de Donetsk e Lugansk ou de outras regiões.

Fonte: R7


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