Ações da Petrobras desabam e Ibovespa perde os 100 mil pontos


Principal índice da B3 fechou em queda de quase 3%, perdendo o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020.

Com sete quedas seguidas, a bolsa volta a ter recuo de 2,12% no ano. — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA / ESTADÃO CONTEÚDO

O Ibovespa , principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta sexta-feira (17), pressionada pelo tombo das ações da Petrobras, perdendo o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 2020.

O Ibovespa perdeu 2,90%, encerrando o dia a 99.824 pontos. Na mínima da sessão, chegou a 98.402 pontos. 
Com o tombo desta sexta-feira, o índice acumulou declínio de 5,3% na semana, a maior queda desde outubro de 2021. No mês, passou a acumular recuo de 10,29% no mês. No ano, a queda agora está em 4,71%.

Petrobras desaba

As ações da Petrobras desabaram mais de 7%, na esteira do forte declínio do petróleo no exterior, mesmo após a estatal anunciar nova alta nos preços dos combustíveis. Mais cedo, os papéis chegaram a cair mais de 10%.

As ações ordinária da Petrobras (PETR3) fecharam em queda de 7,25%, a R$ 29,93, enquanto que as preferenciais (PETR4) perderam 6,09%, a R$ 27,31.

O que está mexendo com os mercados?

Parte das vendas na bolsa brasileira refletia ajustes a fortes perdas em Wall Street na véspera, quando não houve negociação no mercado acionário brasileiro pelo feriado de Corpus Christi.

Lá fora, os três principais índices das bolsas dos EUA registraram seu terceiro declínio semanal consecutivo. O índice de referência S&P 500 amargou sua maior queda percentual semanal desde janeiro.

Já os preços internacionais do petróleo atingiram mínimas em três semanas, pressionados por uma queda nos contratos futuros de gasolina dos EUA, já que os aumentos das taxas de juros dos principais bancos centrais alimentaram as preocupações com uma forte desaceleração econômica. O contrato do petróleo Brent para agosto fechou em queda de 5,58%, a US$ 113,12 por barril, enquanto o contrato do petróleo WTI americano para julho caiu 6,82%, a US$ 109,56 por barril.

Os mercados também reagiram negativamente à disputa política em relação à Petrobras, em meio a sinais de interferência política na estatal.

O presidente Jair Bolsonaro chamou de "traição" o novo reajuste dos combustíveis e afirmou que já conversou com o presidente da Câmara para articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o conselho da estatal.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a renúncia do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e disse que líderes parlamentares discutirão a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da estatal.

"As estatais tendem a ter mais volatilidade em anos eleitorais, isso é normal. Agora precisamos entender como a Petrobras vai continuar se comportando, se vai haver alguma alteração na política de preços. Em momentos como esse, o mercado busca separar o que é ruído e o que realmente pode ter impacto fiscal, e é a curva de juros que vai dizer isso", diz Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual.

Os investidores ainda repercutem as altas, na última quarta-feira, das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.

Com o ciclo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em pauta, os índices acionários recuaram com força na sessão de ontem e as commodities seguiram o mesmo caminho nos negócios de hoje. Isso porque cresce entre os investidores o temor de que o arrocho promovido pelos bancos centrais das principais economias do mundo para controlar a inflação resulte em uma recessão global.

Fonte: G1


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