Diretor de '007' é acusado de assediar jovens mulheres nos bastidores de produções

O diretor e produtor Cary Fukunaga (Foto: Getty Images)

Cary Fukunaga, diretor de '007 - Sem Tempo Para Morrer' (2021), está sendo acusado de assediar mulheres em bastidores de seus filmes e séries.

As denúncias foram publicadas pelo site americano Rolling Stone, que conversou com quase 12 insiders de produções envolvendo o cineasta de 44 anos. Contatos que trabalharam com Fukunaga nos últimos seis anos apontam que ele vê nos sets de filmagem o cenário perfeito para se aproximar de mulheres mais jovens – sejam atrizes ou outras funcionárias.

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Um dos incidentes relatados pelas fontes ocorreu em 'Master of the Air', futura minissérie do diretor sobre a Segunda Guerra Mundial que traz Austin Butler no elenco. Após a gravação de uma cena, Fukunaga teria pedido para fotografar duas figurantes que interpretavam prostitutas, incitando-as a fazer poses sensuais. Ele alegou que precisava das imagens para manter a continuidade da cena; no entanto, numa produção com mais de 600 funcionários, essa tarefa não costuma ficar com o diretor. Daí a desconfiança das testemunhas desse episódio nos bastidores.

“Foi muito além do limite. Não há nenhum tipo de argumento… de que isso é ok de alguma forma. É um abuso de poder absoluto e claro”, afirmou um insider que viu Fukunaga fotografando as figurantes. Todas as fontes da matéria pediram para que suas identidades não fossem reveladas.

Outra mulher que conversou com o veículo americano confessou que teve medo de ter sua carreira arruinada caso negasse os avanços de Fukunaga no set de filmagem. A situação chegou a um ponto que os colegas dela começaram a "vigiá-la" para se certificar de que ela estava bem. “Acredito completamente que ele estava abusando de seu poder. É realmente desconfortável. É horrível… A única razão pela qual permiti que durasse tanto tempo é porque estou absolutamente preocupada com minha carreira", ela desabafou.

Uma outra funcionária também relatou que o diretor a afastou de uma oportunidade de emprego com uma "desculpa vaga" ao mesmo tempo que a chamou para um encontro romântico. “Eu me senti muito estranha com o fato de que estava tipo: ‘Deixe-me levá-la para beber em vez disso'", ela afirmou.


O advogado de Fukunaga, Michael Plonsker, rebateu as acusações de assédio publicadas pela reportagem. “Não há nada de obsceno em buscar amizades ou relacionamentos românticos consensuais com mulheres”, disse em um comunicado. “No entanto, porque esse fato não se encaixaria em sua narrativa, você conclui que ele fez algo errado.”

O representante do diretor também assegurou que seu cliente "não agiu de nenhuma maneira que poderia ou deveria gerar" uma matéria sobre um mau comportamento em seu local de trabalho.

A reportagem da Rolling Stone vem menos de um mês após a atriz Rachelle Vinberg, da série 'Betty', denunciar Cary Fukunaga numa série de posts no Instagram. Ela – que conheceu o diretor aos 18 anos – disse que ele dava tapas na bunda dela, lhe confidenciava detalhes de sua vida sexual com outras mulheres e lhe perguntava sobre fantasias eróticas. “Tinha que ser um segredo porque ficaria ruim para ele, porque as pessoas não entenderiam, porque o fariam parecer um predador”, ela afirmou na rede social. “Mais tarde, ele se gabou para algumas pessoas de que ele era a segunda pessoa com quem eu já estive.”

“Passei anos com medo dele", Vinberg acrescentou.

Após Vinberg se manifestar, as gêmeas Cailin e Hannah Loesch vieram a público para compartilhar sua própria denúncia sobre Fukunaga. Elas afirmaram nas redes sociais que o diretor as convidou para um ménage à trois após conhecê-las na produção da série 'Maniac'. As atrizes tinham 20 anos na época.

Ao fazer o convite, o cineasta teria até mesmo sugerido que não havia problema numa relação incestuosa de "todas as partes estivessem bem com isso".


Sobre os relatos de Vinberg e das irmãs Loesch, Plonsker defendeu: “[Fukunaga] teve um relacionamento romântico muito breve e consensual com [Vinberg] que terminou. A Sra. Vinberg claramente não está feliz com o Sr. Fukunaga, mas como todos sabem, os relacionamentos terminam o tempo todo e muitas vezes uma pessoa (ou ambas) está infeliz".

O advogado também afirmou que seu cliente nunca falou sobre incesto ou sexo a três com Cailin e Hannah Loesch.

Além de ter dirigido 'Sem Tempo para Morrer', 'Masters of the Air' e 'Maniac', Cary Fukunaga também comandou os filmes 'Jane Eyre' (2011) e 'Beasts of No Nation' (2015), e está confirmado na minissérie 'Napoleon'. Como produtor, ele ainda trabalhou em 'O Alienista' e 'True Detective'.

Fonte: Monet


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