VÍDEO | Meteoro brilhante é visto cruzando o céu de Vila Velha


Um meteoro foi visto no céu de Vila Velha na madrugada de sexta-feira (10). O raro fenômeno durou quase dez segundos e foi registrado por pelo menos duas câmeras de monitoramento. O momento capturado pelo Gaturamo Observatório Astronômico (GOA) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Veja:


Este outro vídeo abaixo foi realizado às 5h, pela estação de Danilo Zan, membro da Exoss Citizen Science, projeto colaborativo brasileiro de estudo de meteoros, no Farol de Santa Luzia, em Vila Velha. Veja:


De acordo com o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do projeto Exoss ligado ao Observatório Nacional e pesquisador do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o fenômeno é conhecido como bólido, um meteoro muito brilhante.
"A gente classifica como bólido quando ele tem uma magnitude abaixo de -4, que você pode comparar com o Planeta Vênus, por exemplo", disse.

Segundo o astrônomo, este é um fenômeno que está ocorrendo o tempo todo pela Terra, que é "bombardeada diariamente" por 60 a 100 toneladas de matéria vinda do espaço.

"Você deve se perguntar porquê é tão difícil registrar isso. Porque a maioria acontece em cima dos oceanos, que é a grande parte da superfície do nosso planeta. E também ocorre de dia, quando é mais difícil você observá-lo porque você tem o contraste do fundo de céu, que é muito claro e a gente acaba não enxergando", contou

Desde os primórdios da humanidade, a Terra tem chuvas de meteoros e ocasionalmente eles são registrados por humanos. Os bólidos não apresentam nenhuma ameaça para a sociedade.

"É importante a gente fazer esse estudo porque, quando é super bólido, que é um bólido muito brilhante, muito maior, como aquele que ocorreu em 2013, na Rússia, em Chelyabinsk, aí sim é preocupante, porque eles podem causar danos na região local onde estão passando", contou.

Segundo o astrônomo, o super bólido pode causar danos por efeitos sonoros, que é quando ele arrebenta a velocidade do som, podendo quebrar janelas e vidros.

Outro caso extremamente raro é quando são fenômenos regionais ou continentais, como é o caso da extinção dos dinossauros, há mais ou menos 65 milhões de anos, o famoso evento de extinção em massa.

"Na verdade, não é nem mais super bólido, é um grande cometa, um grande asteroide, que penetra na atmosfera, causa uma explosão continental que pode até ameaçar muitas espécies de vida no nosso planeta. Mas esses fenômenos são raríssimos de acontecer", explicou o astrônomo.

"O estudo que fazemos sobre esses bólidos é importante para estarmos sempre atentos e detectando possíveis ameaças, mesmo que sejam longínquas, de modo que a gente tenha uma estatística cada vez mais bem formada", explicou De Cicco.


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