Morre Dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo emérito de Vitória, aos 80 anos

Dom Luiz estava internado desde o dia 23 de julho em Vitória para tratar complicações hepáticas. Ele morreu na tarde desta terça-feira (23).


Foto: Divulgação Arquidiocese de Vitória

O arcebispo emérito de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, morreu nesta terça-feira (23), aos 80 anos, em Vitória.

Dom Luiz era diabético e estava internado desde o dia 23 de julho para tratar complicações hepáticas em um hospital particular da capital.

No último domingo (21), de acordo com o comunicado da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Guarapari, o arcebispo teve piora considerável em seu estado de saúde. A morte dele foi confirmada no início desta terça.

O horário e o local do velório não foram informados até o momento.

Trajetória

Dom Luiz Mancilha era natural de Pouso Alto (MG), onde nasceu no dia 06 de maio de 1942.

Filho de José Vilela de Mancilha e de Olívia Mancilha Mendes, cursou o ensino fundamental no Seminário Cristo Rei em Ferraz de Vasconcelos e o ensino médio no Colégio Regina Pacis.

Fez estudos de filosofia no Instituto Sagrados Corações, em Pindamonhangaba e de teologia na Pontifícia Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Cursou "Teologia da Vida Religiosa" e "Formação para formadores para a Vida Religiosa e Sacerdotal".

Foi ordenado padre no dia 21 de dezembro de 1968, na cidade de Belo Horizonte pelo Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo.

Após sua ordenação, Mancilha foi coordenador de Pastoral Vocacional na Província da Congregação dos Sagrados Corações (SSCC), foi conselheiro provincial e superior do Seminário Sagrados Corações de Pindamonhangaba. Além de ser vigário ecônomo da Igreja Santo Antônio em Santo Antônio do Pinhal.

Em 1981 a Congregação lhe pediu um outro serviço, ser o Superior Provincial da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Em 1985 foi reeleito e nomeado para o mesmo cargo, mas a Igreja no mesmo ano pediu-lhe outra mudança.

Episcopado

No dia 03 de dezembro de 1985, o Papa João Paulo II nomeou Luiz Mancilha Vilela bispo de Cachoeiro do Itapemerim. Sua ordenação episcopal ocorreu em 22 de fevereiro de 1986 pelo Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo. Seu lema era, em latim, “Ut Pastor Pascet”, que, em tradução livre, significa “Qual Pastor que apascenta”. (Is. 40, 11).

Em Cachoeiro de Itapemirim, o religioso trabalhou incentivando a comunicação impressa, adquirindo uma emissora de rádio e investindo na formação de padres para assumirem o comando desses veículos.

Dezessete anos depois, no dia 3 de dezembro de 2002, foi nomeado arcebispo de Vitória pelo Papa João Paulo II, para ser sucessor de Silvestre Luís Scandián, cargo que assumiu em 23 de fevereiro de 2003, aos 60 anos de idade. Na solenidade de posse, realizada na Catedral da Capital, ele destacou que sua missão era evangelizar da melhor forma e, assim, “queria que todos fossem felizes”.

Em Vitória trabalhou recuperando a posse da Rádio FM e criando um Centro de Documentação, para resgatar a história não só da Igreja, mas do estado e principalmente, estabelecendo uma comunicação transparente e contínua, com a imprensa local. Dom Luiz era conhecido por gostar das novas linguagens de comunicação e usá-las sempre que possível e necessário.

Como arcebiscpo, Dom Luiz também atuou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como responsável pela Dimensão Missionária e fez parte do Conselho Episcopal Pastoral (Consep).

Em 2017, aos 75 anos, idade estabelecida pelo Código de Direito Canônico para a apresentação da renúncia por idade ao papa, Mancilha solicitou a sua renúncia, que foi acolhida pelo Papa Francisco em 2019. O sucessor escolhido para dar continuidade ao seu legado foi Dom Dario Campos, que foi transferido da diocese de Cachoeiro de Itapemirim para tomar posse como arcebispo de Vitória.

Durante a sua trajetória, Dom Luiz também foi autor de três livros: "Ore Comigo", "Nos Passos de Jesus" e "Vitrais, um hino a Deus Criador".


Da Redação com G1


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