Tatuador 'Diabão': médica esclarece se há riscos reais em modificar o corpo


Em maio deste ano ele colocou pinos metálicos na cabeça e retirou as orelhas. Agora, uniu o dedo indicador ao dedo médio. Segundo publicações nas redes sociais feitas pelo próprio tatuador, o objetivo faz parte do projeto que tem de deixar o braço esquerdo com o aspecto de uma garra.

O novo procedimento foi compartilhado em sua rede social e mostra uma sequência de três fotos com o antes, o durante e o depois. Michel ainda agradece à esposa, Carol Praddo, responsável pelo procedimento na mão esquerda. Ela trabalha com mudanças corporais.

Nos mais de 540 comentários, sobram perguntas. Entre elas, se não ficará com os movimentos limitados, onde a cirurgia foi realizada, como ele acha que será a nova adaptação com os dedos unidos, entre outros pontos.

Especialistas alertam que uma mudança como essa pode levar à limitações nas atividades diárias como, por exemplo, ser necessária uma readaptação à nova condição física.

A médica Karina Demoner, dermatologista, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Espírito Santo (SBDES) e coordenadora do curso de Residência da Santa Casa, em Vitória, falou sobre os riscos para a saúde.

"Os piercings, bolas, pinos metálicos, são corpos estranhos. Ainda tem a questão das tintas aplicadas pelo corpo, por meio das tatuagens. Elas contém objetos metálicos, tintas de tatuagens que contém substâncias que podem ser tóxicas aos organismo. É fato que, quanto mais procedimentos, maiores os riscos de complicações", disse.

As alergias, dermatites, segundo a especialista, são mais comumente detectadas na pele de pacientes que usaram tintas de pigmentos colorido, como vermelho e azul, por exemplo.

Ao desenvolver o processo alérgico, a pessoa sente coceira no local, podendo até descamar. Karina lembra que, em alguns casos, é necessário até mesmo remover a tatuagem.

No caso de piercings e bolas metálicas, além das coceiras, existe ainda o risco de infecção. "Colocar um piercing é um processo delicado, que requer muita higiene e cuidados. Em caso de alergias e coceiras, a região onde foi feito o furo e aplicação pode se tornar a porta de entrada para uma infecção", destacou.

Em situações mais raras, o processo pode provocar infecções micobacteriosas, caso não haja a assepsia correta e o tratamento pode ser longo, feito, inclusive com combinações de antibióticos para combater o problema.

A dermatologista pontuou também que as peles morenas são mais sucetíveis às cicatrizes endurecidas chamadas queloides. Os tratamentos, para esse casos, tem como objetivo melhorar o aspecto da pele.

Os mais comuns são feitos por meio da aplicação de cremes para suavizar a cicatriz. Existem também os procedimentos estéticos como laser. Um último recurso, a cirurgia para remoção da queloide pode ser indicada.

Fonte: Folha Vitória


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