Casagrande: Polícia vai apurar se há ligação de atirador com neonazistas

25.11.2022 - Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, fala em coletiva de imprensa após o ataque a duas escolas na cidade de AracruzImagem: HELIO FILHO/AFP

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), disse que a polícia irá investigar se o atirador de 16 anos, apontado como o autor dos ataques às escolas de Aracruz (ES), tem ligação com grupos neonazistas.

Casagrande esteve na tarde de hoje (27) no Cemitério Jardim da Paz, em Serra, região metropolitana de Vitória, onde estão sendo velados os corpos das professoras Cybelle Bezerra Lara e Flávia Merçon Leonardo, que lecionavam na escola estadual Primo Bitti, alvo do primeiro atentado. No total, quatro pessoas morreram nos ataques a tiros e sete seguem internadas.

"Vamos fazer a investigação para ver se ele tem ligação com algum grupo neonazista. A polícia vai analisar o conteúdo do celular e do computador [apreendidos na casa do atirador] para ver se tem algum vínculo dele com alguém", disse Casagrande ao UOL.

O governador também questionou a destreza demonstrada nas imagens em que o jovem aparece atirando. "Esse jovem, por alguma razão, sabia atirar e sabia carregar uma arma. Eu não sei, nunca peguei numa arma."

A Polícia Civil irá investigar se o atirador tinha facilidade de acesso às armas do pai, que trabalha como policial militar.

Atendimento psicológico. O governador Renato Casagrande disse que a escola estadual Primo Bitti ficará fechada na próxima semana. Quando for reaberta, afirma, será oferecida assistência psicológica aos professores e alunos.

Solidariedade. "Estou aqui em solidariedade para abraçar as famílias, os amigos. É para dizer: 'nós estamos juntos' para viver em uma sociedade que cultive a paz. Chorar junto. Sentir a tristeza deles nesse momento difícil. E, ao mesmo tempo, agir. É um ataque dentro de uma escola. Isso não é normal", disse.

O governador também reforçou a importância de discutir a flexibilização do uso de armas promovida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Há uma cultura do ódio e de intolerância no debate político em meio a um governo que flexibilizou o uso de armas. Uma tragédia como essa tem que servir para agilizar esse debate e mudar essa cultura armamentista", falou o governador. Renato Casagrande, governador do Espírito Santo

"As pessoas ficam buscando alguma explicação e caem em lágrimas porque não há uma explicação. Por que esse jovem fez isso?", questionou.

Casagrande ainda detalhou uma conversa que teve com o marido da professora Maria da Penha Banhos, que também morreu no atentado. "Ele estava preocupado com o filho de 7 anos e com o impacto da morte da mãe na vida dele. É a preocupação de um homem que perdeu a esposa e ficou com três filhos para criar."

Fonte: Uol


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