Anvisa alerta para risco de cegueira temporária e outros efeitos em produtos para cabelos

Anvisa publica alerta sobre riscos de produtos para trançar cabelos. FreePik

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre o risco de efeitos colaterais graves, como cegueira temporária, possivelmente associados a produtos utilizados para trançar e modelar cabelos. O documento é resultado de relatos que a agência tem recebido sobre os problemas, além de notícias veiculadas na mídia que chamaram a atenção do órgão.

Segundo a Anvisa, além da perda temporária da visão, considerada um quadro grave, foram identificadas queixas de ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça. A agência destaca que as reclamações são ligadas a diferentes marcas comerciais e decorrentes do contato do produto com os olhos.

Um desses casos, em março deste ano, levou o órgão a suspender a comercialização de uma pomada. Na época, uma mulher de 41 anos contou ter usado o produto Ômegafix e, ao mergulhar numa piscina depois, ter tido as córneas queimadas e ficado sem conseguir enxergar.

Ela compartilhou a história na internet, e diversas outras pessoas relataram uma situação semelhante com a pomada. Após tomar conhecimento sobre o caso, a agência sanitária proibiu a "comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso" do produto. Segundo a Anvisa, ele não estava registrado e, por isso, não era possível “aferir a segurança”.

No novo alerta, a agência diz que banhos de piscina e no mar podem favorecer o contato do produto químico do cabelo com os olhos e potencializar os efeitos, “dada a presença de substâncias químicas comprovadamente irritantes aos olhos nesses ambientes”.

A Anvisa diz que um dos casos em que o produto teve contato com os olhos, segundo diagnóstico médico, o paciente apresentou lesão grave na região. De acordo com os relatos, o tempo para a recuperação da visão ultrapassou uma semana, podendo chegar a até 15 dias.

O órgão destaca a importância de registrar as ocorrências por meio das plataformas digitais disponíveis no site da agência para auxiliar no monitoramento do problema. Além disso, inclui recomendações para um uso seguro dos produtos, como adquirir apenas pomadas regularizadas pela Anvisa, consultar o fabricante sobre medidas preventivas específicas daquela marca e lavar bem as mãos ao fazer o manejo da substância.

Além disso, orienta buscar opções de cosméticos naturais, com formulações que contam com menor número de componentes químicos potencialmente perigosos, atentar-se às recomendações de armazenamento e data de validade do produto e não manusear a pomada caso ela apresente alterações de cor, odor ou textura.

A Anvisa diz ainda que os consumidores devem evitar tomar banhos de piscina e mar após utilizar os produtos e, ao lavar os cabelos, proteger de forma cuidadosa os olhos. Em caso de algum problema ocular, como conjuntivite, a agência recomenda adiar o uso das pomadas.

Em casos de contato do produto com os olhos, o consumidor deve iniciar imediatamente a lavagem da região com água em abundância. “Esta ação pode minimizar a toxicidade local do produto”, diz a agência.

Fonte: O Globo



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