Luciana Gimenez fala sobre vida após acidente: 'Só quero conseguir andar de novo'

Luciana Gimenez Reprodução/Instagram

Há exatamente dez dias, Luciana Gimenez sofria um grave acidente enquanto esquiava em Aspen, no Colorado, com os filhos Lucas e Lorenzo. A apresentadora, que quebrou a perna em quatro partes por ter ficado presa no ski, quando caiu, foi socorrida no alto da montanha, levada às pressas para o hospital e submetida a uma cirurgia emergencial delicada. "Colocaram pinos, parafusos e haste de titânio", conta ela, em entrevista exclusiva a Marie Claire. "Tive medo de perder a perna", garante.


No bate-papo, feito por vídeo, diretamente do apartamento dela em Nova York, Luciana relembra com detalhes o acidente, fala o tempo todo da dor que sentiu e que, mesmo medicada, ainda sente. Diz que chegou a pedir para morrer, enquanto o resgate não chegava, e fala do pavor de pensar que talvez não possa mais praticar esportes como antes. "Este acidente vai mudar minha vida", confessa.

O acidente

“Eu já tinha acordado de manhã com um pressentimento estranho. Antes de esquiar, tirei todas as minhas jóias, coloquei uma lingerie decente – com calcinha e top –, porque veio na minha cabeça, que se eu precisasse ir ao hospital, eu estaria direitinho. Olha que loucura! E aí, quando fui descer a montanha senti que minha bota estava solta, fiquei até sem o controle do ski por causa disso. Então, o Lucas me aconselhou a trocar e quando eu fui pegar uma nova, me deram outra menor. A do lado esquerdo estava bem apertada, me incomodando. Mas mesmo assim fiquei com ela.

Encontrei meus filhos no restaurante, como o Lorenzo estava com muita pressa, engoli uma sopinha e falei: ‘Vamos’. Descemos a montanha, e como eu não estava muito legal, resolvi que desceria de novo pela última vez e ia parar e voltar para casa. Na descida, eu estava atrás dos meninos, e eles pararam para me esperar. Quando os encontrei, não consegui parar porque era um lugar muito íngreme. Então, desci mais um pouco e na hora de parar acabei caindo do ski. Na hora, a bota esquerda não desgrudou do ski e meu pé ficou preso, quebrando minha perna em quatro pedaços.

Na hora só conseguia pensar nas crianças, não queria gritar muito porque elas estavam ali vendo. O Lorenzo congelou, tadinho, o Lucas foi ligar para a emergência mas o celular não tinha sinal. Eu só conseguia dizer: ‘Eu quebrei minha perna, quebrei minha perna’. As pessoas dizem que a gente desmaia de tanta dor, mas eu não desmaiei. Senti uma dor inexplicável, que não consigo descrever. Até o resgate chegar, levou uns 20 minutos. Eu com aquela dor inexplicável só pensava em morrer, eu queria morrer. Ao mesmo tempo, pensava que tinha estragado a viagem. Viagem essa que tinha planejado tanto, tinha até voltado dois dias antes da Bahia para poder ir. Eu achei que perderia a perna, que ficaria sem conseguir movimentá-la."

O resgate

"Quando o resgate chegou, me deram um remédio na veia para controlar um pouco a dor e eu conseguir descer a montanha na maca, naquele frio. Eu queria tirar a bota, mas não deixaram, porque meu pé estava preso lá dentro, quebrado e inchado. Quando cheguei na ambulância, uma hora depois, me deram mais medicação, mas minha dor ainda era enorme. No hospital, me deram ketamina para conseguirem tirar a bota, porque ela não poderia ser cerrada. É engraçado porque ela não tira de fato sua dor, ela está lá, mas você para de pensar nela. Você fica anestesiada.

Tiraram a bota e a minha perna inteira começou a inchar. Os médicos ficaram com tanto medo que eu perdesse a circulação, consequentemente a perna, que chamaram o chefe da ortopedia, que me levou às pressas para a sala de cirurgia. Me lembro do cirurgião falar que meu caso era grave e delicado, e que me passaria na frente de todos os outros pacientes por causa disso. Eu só conseguia dizer para ele que trabalhava com a minha perna, que não poderia perdê-la. Ele me disse que faria o possível, mas que teria que cortá-la em algumas partes."

Vida após acidente

"A lesão que tive é parecida com a do Anderson Silva, que quebrou a perna em 2013 durante uma luta com Chris Weidman. Quebrei a tíbia em duas partes e a fíbula em duas partes também. A sorte é que não rompi nenhum ligamento. Agora estou bem, em casa em Nova York, numa cadeira de rodas, com oxigênio, porque minha saturação está baixa. Eu não consigo colocar o pé no chão, não consigo esticar a perna. Eu só quero andar de novo. Eu estou com muito medo de não conseguir, de não conseguir voltar para os meus esportes, de correr. Também estou com medo de ficar viciada nesses analgésicos fortes. Então, vou ter que fazer o desmame com calma. Mas se tem uma coisa que eu tenho certeza, é que esse acidente vai mudar minha vida."

Apoio dos amigos e familiares

"É nessas horas que a gente vê com quem pode contar. A Karen, minha assistente pessoal, pegou o primeiro voo para os Estados Unidos, quase embarcou de pijama. Todo mundo me ligando, se oferecendo para me ajudar. Minha mãe, tadinha, queria vir para cá. Mas ela também está com um problema no quadril, sem mobilidade. Mick Jagger me ligou, mandou flores. Meu ex-marido, Marcelo, estava em Aspen, me ajudou, ficou com o Lorenzo."

Trabalhos futuros

"Estou de férias até dia 20 de janeiro, mas depois vou voltar a trabalhar, porque agora, mais do que nunca, preciso de trabalho. Eu sou uma mulher independente, que paga suas contas. Tenho que pagar a conta do hospital em dólar, que nem te conto (risos). Aliás, uma dica que posso dar para todo mundo que for viajar é fazer seguro viagem. Eu sempre faço. Quando cheguei no hospital perguntaram: 'Seguro ou cartão de crédito?' Mas é claro que sempre sobra uns extras para pagar, os remédios."

Fonte: Marie Claire


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