Quadrilha de golpistas pode ter feito 300 vítimas; polícia investiga participação de funcionários de bancos

Polícia Civil faz operação contra quadrilha que aplicava golpes em clientes de bancos e ameaçava os comparsas — Foto: Reprodução/ TV Globo

A quadrilha de golpistas presos nesta sexta-feira (13) por agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) pode ter feito mais de 300 vítimas em todo o Brasil. A delegacia suspeita da participação de funcionários dos bancos nas fraudes, que chegaram a R$ 8 milhões.

“A gente tem uma clara indicação de participação de funcionários de banco. A gente conseguiu captar algumas mensagens trocadas através de aplicativos de mensagens onde eles deixam claro que gerentes de bancos estão envolvidos nessa organização criminosa", afirmou o delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP.

A polícia afirma que teve acesso a conversas entre integrantes da quadrilha e um funcionário de uma agência bancária, que revela dados de um cliente, como senhas, número de celular e até o valor que ele tinha na conta: R$ 6 mil.

Os presos foram André de Souza da Silva, o BB Sheik, de 28 anos; Thiago Emiliano Marcos Peçanha, o Balloteli, 28; e Francisco Iago Oliveira, 26.

Racha na quadrilha

Segundo os policiais, a quadrilha rachou depois de um desvio, e os então comparsas cometeram extorsões e até sequestros por vingança aos traidores.

Segundo as investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca), BB Sheik, Balloteli e Iago utilizaram a conta de uma empresa de fachada para um depósito de R$ 100 mil. Mas os destinatários, que faziam parte do esquema, resolveram ficar com a quantia.

"Esse integrante se recusou a passar para o líder dessa organização, então esse líder da organização, o André, com outros dois integrantes da quadrilha, sequestraram a família desse outro comparsa pra que ele pagasse esses R$ 100 mil", afirmou o delegado.

Em retaliação, os criminosos foram armados à casa do laranja e, após o renderem, levaram também sua mãe, seu padrasto e um primo para Rio das Pedras. No local, passaram a exigir de um outro “aliado” a devolução do montante sob ameaça de morte dos reféns.

“A família só foi libertada quando os R$ 110 mil foram devolvidos, uma vez que os bandidos cobraram mais 10% de juros sobre o valor”, disse a polícia. "

"Ele (André) ainda exigiu 10% a mais do valor que seria a taxa do trabalho que ele teve pra recuperar esse dinheiro da fraude", afirmou Lages.

Luxo e ostentação

Homem apontado como chefe quadrilha que cometia fraudes bancárias ostentava vida luxuosa, diz Polícia Civil — Foto: Reprodução/ TV Globo

Diante da vasta movimentação financeira oriunda dos golpes, o grupo costumava ostentar. Carros de luxo, festas personalizadas e altas quantias faziam parte da rotina do bando.

BB Sheik também gostava de andar em carros de luxo. Imagens apreendidas pela polícia recentemente demonstram ele andava em um Porsche Macan, avaliado em mais de R$ 400 mil.

"Ele gostava de coisas de luxo, de roupas de grife, o os carros deles eram sempre carros de luxo, carros de alto valor. Ele gostava de também de ostentar em rede social. Ele queria fazer jus ao apelido, né? De Sheik", disse Lages.

Fonte: G1 


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