Mulher presa por sequestrar e internar mãe idosa à força tem várias ocorrências em ficha policial


Ela também já teria tentado a internação da mãe em outra situação. O companheiro é suspeito de fazer o mesmo com o irmão.

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A mulher presa com o companheiro sob a suspeita de sequestrar e internar a mãe à força em uma clínica psiquiátrica tem uma extensa ficha policial.

Patrícia de Paiva Reis responde a cinco processos por calúnica, estelionato, extorsão e furto em veículo, entre 2019 e 2020.

Ela também é investigadada em dois processos, nas delegacias do Catete e do Leblon, sob suspeita de falsas acusações contra ex-namorados enquadrados na Lei Maria da Penha.

Um deles foi exposto em uma rede social de Patrícia em uma campanha contra a violência doméstica. A polícia, entretanto, suspeita que as acusações sejam inverídicas e que Patrícia chegava a enviar cartas para si mesma como se fosse de ex-companheiros descumprindo medidas protetivas.

Além disso, Patrícia já tinha tentado internar a mãe, pelo Samu, em 27 de janeiro. Mas o plano não deu certo. A equipe não constatou nada de errado com Maria Aparecida.

Em relatório, a equipe do samu que atendeu ao chamado da filha de Maria Aparecida informou que a paciente, que apresentava discurso coeso, linear e coerente, sem presença de delírios ou algo que sugerisse transtorno psiquiátrico de agressividade.

Para a equipe, a vítima, Maria Aparecida estava retraída e disse ter medo da presença da filha. Contou que a relação entre as duas era conturbada. E que Maria Aparecida aceitou ser examinada apresentando sinais vitais estáveis, sem alteração no exame físico.

A equipe relatou que ao sair do prédio, foi abordada por duas moradoras e pelo porteiro, que disseram que a mulher nunca apresentou alterações mas falaram que a filha, Patrícia, fazia ameaças à mãe e que com frequência acionavam os bombeiros e a PM para intervir na comunicação entre as duas.


Irmão de companheiro também viveu situação similar

O irmao do companheiro de Patrícia, Raphael, Rodrigo Machado Costa Neves, também viveu situação similar a de Maria Aparecida e tudo foi registrado pelas câmeras

No dia 18 de fevereiro do ano passado, ele foi supreendido e imobilizado na frente de casa por uma equipe contratada por Rafael e Patrícia.

Rodrigo morreu de forma suspeita 7 meses depois, no 20 de setembro 2022. No CER do leblon, a medica que atestou a morte informou que a possivel causa seria por intoxicação.

No IML, a certidão de óbito apontou a necessidade de exames de laboratoriais.


O sequestro da mãe

Patrícia e o companheiro foram presos por sequestrarem a mãe dela e internarem em uma clínica psiquiátrica à força. Policiais da 9ª DP (Catete) prenderam Rafael Machado e ela nesta sexta-feira (24), no Catete, na Zona Sul do Rio. A idosa estava desde o dia 6 de fevereiro internada na Região Serrana.

Ela havia sido sequestrada na Zona Sul enquanto saía de uma agência bancária. Dois homens a colocaram em uma ambulância.

Segundo a polícia, a vítima chegou a pensar que era uma “saidinha de banco” ou sequestro relâmpago, mas percebeu a trama quando o sequestrador disse que “era uma coisa de família”.

Idosa sendo resgatada de clínica psiquiátrica na Região Serrana — Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com as investigações, a motivação do crime seria porque a idosa havia denunciado os maus-tratos que os dois netos, de 2 e 9 anos, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). Ela foi sequestrada poucos dias depois da denúncia.

Segundo os médicos, a vítima não tem problemas psiquiátricos nem necessidades terapêuticas.

“Iniciamos as diligências tão logo recebemos a informação de que uma idosa lúcida e sem nenhuma doença física ou mental estava sendo mantida em privação de liberdade em uma clínica. Após a prisão dos familiares que haviam determinado a internação, iremos investigar a conduta de médicos, enfermeiros e demais funcionários desses estabelecimentos a fim de entender a responsabilidade de cada um nesses crimes”, explica o delegado Felipe Santoro.

Fonte: G1 


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