ALERTA: ES registra quase 53 notificações de dengue por hora


A situação da dengue no Espírito Santo preocupa. O Estado vive uma epidemia da doença, segundo a subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.

Para se ter uma ideia do avanço de notificações, somente nas últimas 48 horas foram registradas 2.538 notificações da doença. Uma média de 53 casos por hora. Desde o início do ano, já são mais de 48 mil.

"Até domingo, quando encerrou a SE 10 (semana epidemiológica), recebemos 7.799 notificações. Entre domingo e o início desta terça, mais 2.538. Temos aí uma média de 1.700 notificações por dia", pontuou Reblin.

O número de mortes também preocupa as autoridades. Desde o começo de 2023, o Estado registrou 12. Todas as vítimas são adultas. Veja os municípios onde elas foram contabilizadas:
- Castelo: 2
- Muqui: 1
- Muniz Freire: 1
- Linhares: 3
- Governador lindemberg: 1
- Vitória: 2
- Serra: 2

Durante coletiva de imprensa no início da tarde desta terça-feira (14), Reblin lembrou que desde o ano de 2019 não era registrado um aumento tão significativo de casos.

O responsável por isso, de acordo com a pasta, é a circulação do DENV-2, conhecido como sorotipo 2 da dengue. Ele foi identificado no início do mês pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES).

Trata-se de um dos quatro sorotipos de vírus da dengue e está entre as formas mais graves da doença. É importante lembrar que a dengue é causada por vírus transmitidos pelo mosquito hospedeiro Aedes aegypti.

"Eles circulam de maneira alternada. Nesse momento, no Estado, há circulação do 1 e 2, que tinha algum tempo que não aparecia. Ficamos quatro anos com números mais baixos e agora voltaram a aumentar", disse o subsecretário.

Somente em 2019, segundo dados da Fiocruz, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos da doença, em sua maioria em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, com 754 óbitos. Segundo a Fundação, o sorotipo 2 do vírus da dengue foi responsável pelas epidemias da doença no Brasil em 2007, 2008 e 2009.

Vacina contra a dengue

No dia 2 deste mês a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a primeira vacina contra a dengue de uso amplo, com eficácia é de 80%. O imunizaste desenvolvido no Japão foi batizado de Qdenga e é indicado para pessoas de 4 a 60 anos, com ou sem infecção prévia pelo vírus.

Porém, ainda não há previsão de quando o imunizante deverá chegar até a população.

"A Anvisa autorizou mais uma vacina, desenvolvida no Japão com resultados positivos. Ela mantém a imunidade com duração mais longa. Porém, leva ainda algum tempo até que ela seja aplicada. Passará primeiro por estudo de precificação junto ao órgão de regulação e após isso, análise do Ministério da Saúde para checar a disponibilização da vacina para Estados e Municípios", explicou Luiz Carlos Reblin.

O MS já estuda incorporar nova vacina da dengue ao SUS. No início do mês, a pasta informou que solicitaria a avaliação do novo imunizante da empresa Takeda Pharma Ltda, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

Além disso, disse que a inclusão da vacina para controle da dengue no Sistema Único de Saúde é prioridade e que monitora o atual cenário epidemiológico das arboviroses no país.

Outro ponto importante é no que se refere ao inseticida usado para eliminar o mosquito já na fase adulto. Luiz Carlos Reblin informou que ele está em falta no em todo o Brasil e o Ministério da Saúde trabalha para repor os estoques.
Fique atento as mínimos sinais e sintomas da dengue

Reblin disse ainda que, agora, é muito importante que a população fique atenta a qualquer suspeita de dengue e que diante dos sintomas da doença procure um serviço de saúde mais próximo, além de começar a se hidratar o quanto antes.
- Febre;
- Dor no corpo;
- Dor nas articulações;
- Dor muscular;
- Dor ao redor dos olhos e de cabeça;
- Dores abdominais;
- Náusea;
- Vômitos.

Checar a casa uma vez por semana

O Aedes aegypti tem um ciclo de reprodução muito rápido, apenas 7 dias, entre ovo e mosquito adulto. Por esse motivo, é fundamental que as pessoas chequem uma vez por semana possíveis focos dentro das residências.

"É de responsabilidade de todos nós. A maioria dos focos está dentro das casas, quintais e nos arredores das residências. Qualquer material que retém água é perigoso. Até em uma tampinha de garrafa pet o mosquito aproveita para colocar o ovo", lembrou o subsecretário.

CUIDADOS IMPORTANTES

1. Limpe o quintal, e jogue fora o que não é utilizado;

2. Retire a água dos pratos de plantas;

3. Coloque garrafas vazias de cabeça para baixo;

4. Mantenha tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água fechados;

5. Quintais devem estar sempre bem varridos, eliminando recipientes que possam acumular água, como tampinha de garrafa, folhas e sacolas plásticas;

6. Escove bem as bordas dos recipientes (vasilha de água e comida de animais, pratos de plantas, tonéis e caixas d’água) e mantenha-os sempre limpos.

Fonte: Folha Vitória


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