Número de crimes cibernéticos cresce 50%

Dados divulgados pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos alertam para população estar mais atenta nas redes sociais

Foto: Marcelo Casal Jr | Agência Brasil

Em meio ao desenvolvimento tecnológico, golpes e ações criminosas têm crescido no mundo virtual. De acordo com informações divulgadas pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, no Espírito Santo foram registradas 835 ocorrências de crimes cibernéticos de janeiro até a primeira quinzena de maio.

O número gera um alerta para a população e é 50% maior do que o mesmo período no ano passado. "Nós costumávamos dizer que os crimes cibernéticos seriam os crimes do futuro, hoje não mais. São os crimes do presente", comentou o delegado titular Brenno Andrade.

Entre as regiões do Espírito Santo, o município de Vitória, de acordo com os agentes, foi a cidade capixaba com o maior número de registros de boletins por crime cibernético. Somente neste ano, foram 190 ocorrências.

Ainda segundo o delegado de crimes cibernéticos, o período de pandemia pode ser apontado como um dos fatores para o crescimento destes golpes.

"Na digitalização acelerada em função da pandemia de Covid-19, as pessoas migraram relacionamentos, trabalhos, e outras áreas da vida para as plataformas digitais. Às vezes, não prestamos atenção no que postamos e acabamos sendo vítimas", explicou.

Quais são os cuidados a serem tomados?

Acerca das maneiras de prevenção e como lidar com estes tipos de crimes virtuais, o delegado contou que é preciso prestar atenção ao interagir em redes online.

"A maioria dos crimes cibernéticos pode ser evitada. Pelo menos 80% das situações acontecem por meio das redes sociais, é preciso agir com calma e pensar sobre a origem do golpe. Por exemplo, falsas promoções. Você se cadastrou em alguma promoção? Instagram hackeado, não forneça códigos para qualquer pessoa. Alerte aos filhos para não falarem com estranhos no mundo virtual, entre outras atitudes", explicou.

Pastor teve identidade usada em crimes virtuais

Pastor Ben-Hur Marçal de Almeida foi vítima de um crime eletrônico ao ter seus dados pessoais utilizados em estelionato - Foto: Reprodução TV Vitória

O pastor Ben-Hur Marçal de Almeida, morador de Cariacica, foi vítima de um golpe virtual e chegou a ser convocado como suspeito pela polícia. De acordo com o relato do religioso, um criminoso se passou por cliente interessado em um anúncio online.

Ben-hur contou que vendia uma moto nas redes sociais e, com o intuito de passar confiança para o comprador, enviou um documento de identificação. Logo em seguida, o golpista passou a usar a identidade do pastor para aplicar diversos crimes virtuais.

"Foi em uma negociação nas redes sociais, venda e compra de veículo. Eu anunciei uma moto e ele se passou por comprador. Ele chegou a me enviar a identidade para passar confiança, e eu mandei a habilitação. Depois ele desistiu da comprar, mas agora está aplicando golpes com um documento meu", explicou.

Ainda segundo a vítima, o suspeito o bloqueou nas plataformas digitais antes de começar a aplicar os golpes. Logo depois, pessoas desconfiadas entraram em contato com o pastor, que chegou a ser questionado por agentes.

"No começo do mês eu recebi uma ligação da polícia, falaram meu nome completo e disseram que eu tinha 24h para comparecer à delegacia, porque havia duas famílias me acusando de estelionatário. Eu expliquei a situação e passei a ser vítima, meu caso também será investigado", contou.

Em entrevista para a TV Vitória, Ben-Hur alertou a população sobre o perigo dos crimes virtuais. "Não passe seus documentos, mesmo se for algum colega, não passe. Faça as negociações manualmente, olho a olho", finalizou.

Fonte: Folha Vitória

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