Bebê nasce em calçada e mãe acusa maternidade da Serra de negar internação


Mulher afirma ter buscado internação várias vezes desde domingo (15) no Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI) da Serra, sem conseguir

Pequena Manuela nasceu na calçada da Avenida Vitória. (Acervo pessoal)

Uma gestante de 24 anos teve seu parto realizado debaixo de chuva em uma calçada da Avenida Vitória, na Capital, na terça-feira (17), e afirma que isso aconteceu porque o Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI) da Serra, no bairro Laranjeiras, se recusou a interná-la. Quem ajudou Mirian Silva Pinto a dar à luz foi uma amiga dela que a acompanhou até a unidade hospitalar. A bebê nasceu por volta das 22h40, quando elas estavam a caminho da Pró-Matre, em Vitória.

Mirian não conseguiu falar com a reportagem porque estava se recuperando do parto e passaria por procedimentos médicos. Com consentimento dela, a amiga, Gabriela Cardoso Gomes, de 24 anos, que realizou o parto e será madrinha da recém-nascida Manuela, conversou com a reportagem de A Gazeta. Ela contou que desde domingo (15) Mirian vinha buscando atendimento na maternidade da Serra, e foi à unidade três vezes nesse período, sendo mandada de volta para casa em todas as ocasiões. Na unidade, ela relatava que não aguentava mais caminhar e que estava com sangramentos e muitas dores.

Gabriela afirma que, nas três idas da amiga à maternidade, os médicos alegaram que não havia dilatação suficiente para a internação, mesmo diante da situação da gestante. “Eles só atendiam com 5 centímetros de dilatação. Apesar de ela estar com dores intensas e sangrando, nos mandaram embora. No hospital, fomos tratadas com descaso, ignorância e falta de vontade de trabalhar”, disse. Durante atendimento na Serra, segundo ela, foi informado que Mirian estava com apenas 3 cm de dilatação e, por isso, não poderia ser internada.

Na terça-feira (15), as dores de Mirian teriam chegado ao ápice. Após ter a internação negada no Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI) da Serra, ela foi buscar atendimento na maternidade Pró-Matre, Em Vitória. Segundo Gabriela, a amiga começou a sentir dores insuportáveis durante o trajeto de ônibus. “Ela já veio passando mal no ônibus. Quando descemos no ponto, ela começou a gritar. Não teve como chegar ao hospital. Tive que forrar um pano no chão e fazer o parto ali mesmo”, contou.

Sobre o parto que realizou, Gabriela disse ter tentado permanecer calma para transmitir o sentimento à amiga e somente depois percebeu o que havia feito.

Eu fiquei tranquila para passar tranquilidade para a mãe, mas, depois fiquei um pouco assustada. Nunca me ocorreu algo parecido

Gabriela Cardoso gomes, de 24 anos•Amiga da mãe que fez o parto da pequena Manuela

Após o nascimento, Mirian e Manuela foram encaminhadas ao Pró-Matre, onde receberam atendimento. Segundo Gabriela, ambas estão bem. Como ela a bebê estão na ala pública na maternidade de Vitória, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi procurada para comentar sobre o atendimento no local.

Responsável pelo Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI), a Prefeitura da Serra também foi demandada por A Gazeta.

Em nota atualizada às 19h20, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) disse que "a equipe da Santa Casa de Misericórdia, que administra o Hospital Municipal Materno Infantil informou que o atendimento prestado às pacientes no Hospital Materno Infantil da Serra segue todos os protocolos previstos por lei. A maternidade prestou atendimento com padrão e compromisso à gestante e a mesma decidiu, por vontade própria, se evadir da unidade, colocando em risco a própria segurança e a do recém-nascido. Seguimos com nosso compromisso de prestar um atendimento qualificado e, principalmente, seguro às pacientes que nos procuram. A Secretaria de Saúde da Serra acompanha o caso".


Fonte: A Gazeta



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