Identificado originalmente em 2023, os restos do antigo meio de transporte só começaram a ser escavados na semana passada. A suspeita é que embarcação tenha naufragado em 1856
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Vista da praia do lago Huron, no Canadá, onde menino de 8 anos encontrou naufrágio em 2023 — Foto: Wikimedia Commons
Em 2023, durante uma viagem ao Parque Provincial Point Farms, no Canadá, o pequeno explorador Lucas Atchison (então com 8 anos de idade) identificou uma misteriosa ponta de aço escondida na praia do Lago Huron. Foi assim que, com a ajuda de seu pai e um detector de metais amador, cavou-se ainda mais fundo a areia até encontrar o que parecia ser um naufrágio antigo.
Jason Atchison, pai da criança, lembra à CBC News que, conforme se percebeu a presença de mais espigões presos a um grande pedaço de madeira, as suspeitas de um navio aumentaram. Eles logo relataram o achado às equipes do Parque Provincial e do Comitê de Patrimônio Marinho de Ontário (OMHC).
Quase dois anos depois, as autoridades finalmente obtiveram todas as permissões necessárias para investigar o local. Os trabalhos foram iniciados na semana passada, e Lucas (agora com 10 anos) foi convidado a acompanhar de perto todo o seu processo de busca, análise e recuperação.
Escavação do sítio arqueológico
Com pás, espátulas e escovas, os investigadores já conseguiram desenterrar uma pequena parte do navio. Embora a seção seja menor do que esperava, a arqueóloga marinha Scarlett Janusas disse à CBC News que isso significa que a lateral da embarcação era provavelmente composta por quadros.
“Tínhamos cascos duplos, o que parece sugerir que era um navio de construção mais robusta – talvez uma escuna”, explica Janusas. “Uma escuna geralmente é um veleiro de dois mastros feito de madeira”.
Embora ainda não haja informações suficientes para determinar em definitivo a sua identidade, o historiador marinho Patrick Folkes já sugere alguns candidatos. O antigo cargueiro St. Anthony é considerado por ele como um dos nomes mais prováveis. A embarcação naufragou em outubro de 1856 durante uma viagem de Chicago a Nova York, e, segundo relatos, encalhou a 6 km ao norte de Goderich.
Próximos passos
A partir de agora, a ideia é que os pesquisadores continuem o seu trabalho de escavação na região e, ao mesmo tempo, aproveitem a oportunidade para já fazer desenhos em escala dos destroços. As vistas em planta (de cima) e perfil (de lado) dos destroços poderá ajudar os especialistas a identificá-lo.
Folkes afirma ainda que os requisitos de seguro do século 19 especificavam quantos fixadores, ou espigões, deveriam ser colocados nas armações e a que distância. Esses detalhes ajudarão a determinar a idade do navio.
O que vem a seguir pode ser surpreendente: os voluntários serão orientados a enterrar o navio novamente. A medida será tomada como forma de preservar o estado atual de sua estrutura.
“Preenchemos o buraco novamente, enterramos e criamos um ambiente anaeróbico, ou seja, sem oxigênio, para que não haja nenhum tipo de parasita ou qualquer outro organismo que possa comer ou destruir os destroços”, justifica Janusas. “Não é uma solução perfeita, mas provavelmente manterá a estrutura do navio por pelo menos mais 50 anos”.
Fonte: Revista Galileu