Até não fumantes: veja os principais sintomas do câncer de pulmão

 



O câncer de pulmão também é um dos tumores mais evitáveis, já que cerca de 85% dos casos têm relação direta com o tabagismo.

A tosse persistente é um dos principais sinais da doença Crédito: Shutterstock/ Pormezz

O câncer de pulmão é um dos tumores mais letais do mundo. No Brasil, ele é a principal causa de morte por câncer entre homens e a segunda entre mulheres. Mais de 70% dos casos ainda são diagnosticados em fases avançadas, quando as chances de cura são menores e os tratamentos mais caros e agressivos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 28 mil brasileiros morrem todos os anos por conta do câncer de pulmão.

De acordo com o oncologista Fernando Zamprogno, da Rede Meridional, apesar de ser um dos mais letais, o câncer de pulmão também é um dos tumores mais evitáveis, já que cerca de 85% dos casos têm relação direta com o tabagismo. Ou, ainda, se descoberto precocemente, pode ser tratado com sucesso. Por isso a importância da conscientização sobre a doença, como a campanha “Agosto Branco”.

Além do tabagismo direto e do passivo (quando não fumantes são expostos a fumaça do tabaco), outros fatores de risco incluem a exposição a substâncias cancerígenas no ambiente de trabalho, como amianto, radônio, arsênio, cromo e níquel, e a poluição do ar. Doenças pulmonares prévias, como tuberculose ou bronquite crônica, e histórico familiar da doença também podem aumentar o risco.

Em 2024, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), publicou uma diretriz recomendando o rastreamento com tomografia para fumantes e ex-fumantes acima dos 50 anos de idade. “É fundamental que esses indivíduos façam tomografia todos os anos”, alerta o médico. A maioria dos casos de câncer de pulmão é assintomática inicialmente.


O oncologista Fernando Zamprogno explica os perigos da doença Crédito: Divulgação

Sintomas como tosse persistente, dor no peito, falta de ar, escarro com sangue e perda de peso sem causa aparente são sinais que costumam surgir quando a doença já está em estágio avançado


Fumo passivo

O cigarro possui mais de 50 elementos carcinogênicos. E é quase automático pensar no cigarro como principal vilão. Mas a realidade é mais complexa, já que muitas pessoas diagnosticadas com a doença jamais colocaram um cigarro na boca. A doença também acomete quem nunca fumou, e as causas vão desde a qualidade do ar que respiramos até a genética familiar.

A oncologista Bruna Carone, do Instituto de Oncologia de Sorocaba, reforça que o câncer de pulmão não é exclusividade dos tabagistas. “Histórico familiar, exposição a substâncias carcinogênicas (amianto, níquel, fuligem, etc), doenças pulmonares prévias e a própria poluição do ar são fatores que podem estar por trás desses casos”, afirma.

Outro fator pouco falado, mas extremamente perigoso, é o fumo passivo, aquele em que a pessoa não fuma, mas convive com fumantes e respira as substâncias tóxicas liberadas no ambiente. “Fumo passivo é conviver com quem fuma e inalar as substâncias expelidas pela pessoa que está fumando. Ele é perigoso porque você também inala substâncias deletérias e cancerígenas”.

Os sintomas do câncer de pulmão, especialmente em pessoas que não fumam, muitas vezes se confundem com quadros respiratórios comuns. Isso atrasa o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento. Tosse persistente, falta de ar, dor no peito e perda de apetite estão entre os sinais que devem acender o sinal vermelho. “Se eles perduram por mais tempo, deve-se investigar mais a fundo, porque pode não ser só um quadro infeccioso. Nesse caso, precisa de uma avaliação médica, e exames de imagem”, orienta a oncologista.

Segundo a médica, a semelhança dos sintomas com os de doenças mais simples faz com que cerca de 60% dos casos de câncer de pulmão sejam diagnosticados em estágios avançados, quando as chances de cura já estão significativamente reduzidas. O prognóstico e as possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença no momento do diagnóstico e com o tipo específico de câncer de pulmão. Ainda assim, os avanços recentes na pesquisa e nas terapias disponíveis têm contribuído para o aumento das taxas de sobrevivência, principalmente nos casos identificados precocemente.

O diagnóstico do câncer de pulmão é realizado por meio de biópsia, após avaliação clínica e exames de imagem. Para pessoas que nunca fumaram, não há exame de rastreio indicado. Já para os tabagistas, a recomendação é de que realizem uma tomografia anual.

Fonte: A Gazeta


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