Estudo do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o Programa Estado Presente,
implementado em 2011, no Espírito Santo, proporcionou a diminuição de
10,2% no número de homicídios no estado entre 2010 e 2014. A análise mostra que
sem a política de segurança adotada pelo governo à época, o percentual de
homicídios teria aumentado em 29% no mesmo período. A projeção leva em conta
variável como fatores sociais e econômicos relacionados à criminalidade.
Acesse a íntegra do estudo
O Espírito Santo
esteve entre os três estados mais violentos do país entre 1993 e 2012. Em 2009,
a taxa de homicídios era mais do que o dobro da média nacional: 56,9 por 100
mil habitantes. O Programa Estado Presente custou R$ 523 milhões e foi criado
com o objetivo de reduzir índices de homicídios em áreas com maior
vulnerabilidade social.
De acordo com o
pesquisador Daniel Cerqueira, um dos autores do estudo do Ipea, cada real gasto
gerou um ganho de bem-estar social equivalente a R$ 2,4. “Além disso, em termos
estatísticos, 1.711 vidas foram poupadas como consequência da política
capixaba”, avalia.
Para melhorar a
qualidade de vida da população mais vulnerável, foram implantados projetos nas
seguintes áreas: saúde, educação, esportes, cultura, ordenamento urbano e
habitacional, direito e inclusão social.
Graças à
implementação do programa e aos investimentos para o saneamento do sistema
prisional, o Espírito Santo saiu da condição de segundo no ranking para o 19º
estado mais violento do país entre 2010 e 2014. Em 10 anos (2007 a 2017), o
Espírito Santo reduziu em 18,1% a taxa de homicídios, de acordo com dados do
Atlas da Violência. Em fevereiro de 2019, o programa foi retomado no estado.
De acordo com o
estudo, o modelo de gestão orientado para resultados e com práticas que mesclem
a qualificação do trabalho policial e ações multissetoriais preventivas
focalizadas nos jovens residentes dos territórios mais conflagrados salva
vidas, além de ser economicamente viável.
Fonte: Folha Vitoria