Na véspera, moeda dos EUA disparou e fechou a R$ 5,7599; dólar turismo chegou a R$ 6,0186.
O
dólar opera novamente em alta em nesta quinta-feira (28), com os investidores
avaliando a decisão
do Copom de manter a taxa básica de juros em 2% ao ano e com os
mercados globais ainda preocupados com o avanço da pandemia de Covid-19 e
impacto potencial de novos "lockdowns" sobre o ritmo de recuperação
da economia global.
Às
10h43, a moeda norte-americana subia 0,43%, a R$ 5,7847. Na máxima até o
momento, bateu R$ 5,7910.
Já
a Bolsa
opera em queda ao redor de 2%.
Na
quarta-feira, o dólar fechou em alta de 1,31%, a R$ 5,7599. Na máxima da
sessão, chegou a bater R$ 5,7900, maior valor na mesma sessão desde 18 de maio
(R$ 5,8025). Já o câmbio turismo chegou a R$ 6,0186. Na parcial do mês, o
dólar acumula alta de 2,52%. No ano, tem valorização de 43,65%.
O
Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até
12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021, destaca a Reuters.
Na
cena política, estava no radar dos investidores atritos na relação entre o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do
Banco Central, Roberto Campos Neto, após
Maia ter acusado o chefe do BC de divulgar para a imprensa uma conversa por
telefone entre os dois. Em nova postagem em rede social, Maia disse ter
recebido ligação de Campos Neto e confiar nele.
Variação
do dólar em 2020
Cotação de fechamento, em R$
Nervosismo nos mercados
No
exterior, foi divulgado que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados
Unidos cresceu
à taxa anualizada de 33,1% no terceiro trimestre em relação aos três
meses anteriores, acima do esperado pelo mercado.
Na
véspera, o mercado viveu um dia tenso por conta de uma nova onda de contágios
da Covid-19 e temores de uma nova parada da economia global. Com casos de
Covid-19 crescendo pela Europa, a França vai exigir que pessoas fiquem em suas
casas exceto para atividades essenciais a partir de sexta-feira, enquanto a
Alemanha vai fechar bares, restaurantes e teatros de 2 de novembro até o final
do mês.
Na
quarta-feira, a alta do dólar só perdeu força após intervenção do Banco
Central, que vendeu US$ 1,042 bilhão em leilão de dólares à vista. Cena local
Na
agenda de indicadores, a inflação calculada pelo Índice Geral de Preços -
Mercado (IGP-M) perdeu força em outubro, apesar dos preços dos alimentos
continuarem em alta. O indicador, que é usado para corrigir a maioria dos
contratos de aluguel residencial, ficou
em 3,23% este mês, depois de atingir 4,34% em setembro. Em 12 meses, o
IGP-M acumula alta de 20,93%, e no ano, de 18,10%.
Já o índice
de confiança do setor de serviços caiu em outubro após cinco altas seguidas,
segundo a FGV
Na
véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu
manter a taxa básica de juros em 2% ao ano. No comunicado da reunião, o
Copom afirmou que, apesar dessa pressão inflacionária, foi mantido o
diagnóstico de que o choque é temporário. A alta dos preços, segundo o comitê,
segue compatível com o cumprimento da meta no "horizonte relevante para a
política monetária".
"Temos
um cenário que sugere que o Banco Central não se precipitará para elevar a taxa
de juros neste momento caso o arcabouço fiscal atual seja mantido",
avaliou Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais.
O Itaú
avalia que a Selic permanecerá inalterada até perto do final de 2021, quando
seria elevada para 3%. "Mas o risco, na ausência de uma solução
satisfatória para o dilema fiscal do Brasil, é de uma alta antecipada",
observou em relatório.
Segundo
o Valor Online, a decisão do Copom resultava em maior inclinação à curva de
juros, com queda das taxas de curto prazo e alta firme nos trechos mais longos.
Por volta de 9h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para
janeiro de 2022 recuava de 3,51% no ajuste anterior para 3,47%; a do DI para
janeiro de 2023 caía de 5,03% para 5,01%; a do contrato para janeiro de 2025
subia de 6,70% para 6,74%; e a do DI para janeiro de 2027 avançava de 7,47%
para 7,52%.
Preocupações
ampliadas com a situação fiscal do país e sustentabilidade das contas públicas,
além da capacidade do governo de avançar numa agenda de reformas, têm dominando
as atenções dos investidores, sendo apontadas como os principais fatores de
pressão sobre o real.
A taxa
de juros em mínimas históricas também faz com que o Brasil se torne menos
atrativo para investidores internacionais, em razão do diferencial de juros na
comparação com outras economias, reduzindo o fluxo de dólares para aplicações
financeiras no país, o que também contribui para um patamar de câmbio mais
alto.
Com Informações G1 Globo