O 3º
trimestre deste ano teve um crescimento de 9,5% na atividade econômica do
Espírito Santo. Os dados foram apresentados pela Federação das Indústrias do
Espírito Santo (Findes) durante uma coletiva de imprensa realizada na última
sexta-feira (11).
O
economista-chefe da Federação e diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive,
e a gerente do Observatório da Indústria, Marília Gabriela Silva, conduziram a
coletiva e destacaram a retomada do crescimento em “V” para a economia
capixaba, segundo dados do Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo
(IAE-Findes), referente ao 3° trimestre de 2020, que apresentou crescimento de
9,5%, após queda no 2º trimestre de 2020 de 12,4%.
A
forte queda seguida pela recuperação acentuada configurou um crescimento em
“V”, favorecido pela flexibilização das medidas de isolamento social para
combate à pandemia da Covid-19, que vigoraram com maior intensidade no 2º
trimestre do ano. A presidente da Findes, Cris Samorini, comemorou o resultado
do IAE, que segundo ela é muito positivo.
“Mostra
que o Espírito Santo saiu da recessão técnica e está em recuperação em V. E é
isso que estamos vendo na prática. Temos conversado com os industriais e
visitado as indústrias em todo o Estado. Nesta semana estive na Café Cacique,
em Linhares, que está investindo R$ 240 milhões no município. A Garoto anunciou
em setembro que vai investir R$ 200 milhões na expansão e modernização da
unidade de Vila Velha, que será o centro mundial de inovação em chocolates da
Nestlé. A Biancogrês está investindo R$ 150 milhões na Serra. Temos o Porto da
Imetame e a retomada da Samarco. O Espírito Santo tem tudo para se destacar no
cenário de retomada”, afirmou.
No 3º
trimestre do ano, o crescimento da atividade econômica foi disseminado entre
todos os setores da economia capixaba, quando comparado ao 2º trimestre. O
destaque ficou por conta da indústria, que apresentou crescimento expressivo de
19,1%.
Dentro
da indústria, todas as atividades cresceram. Só a indústria de transformação
cresceu 29,8%, seguida pelo avanço nas atividades de construção (7,9%), energia
e saneamento (6,2%) e indústrias extrativas (4,6%).
O avanço
de 29,8% da indústria de transformação fez com que a atividade não apenas
retomasse o patamar de atividade do 4º trimestre de 2019 – período pré-pandemia
–, como ficou 4% acima dele.
Também
cresceram os serviços (+7,9%), influenciado pelo crescimento de 26% nas
atividades de comércio. O setor de agropecuária se manteve praticamente estável
(+0,1%).
CRESCIMENTO MENOR QUE 2019 – Contudo, o crescimento observado
ainda não foi suficiente para que a atividade econômica capixaba retornasse ao
nível de atividade do 4º trimestre de 2019, nível que antecedeu a pandemia, com
a atividade econômica capixaba estando 4,3% abaixo do último trimestre de 2019.
O resultado também se encontra 4,1% abaixo do 1º trimestre de 2020.
O
desempenho da atividade econômica capixaba no 3º trimestre de 2020, quando
comparado ao do 3º trimestre de 2019, foi de queda de 4,3%. Todos os grandes
setores apresentaram desempenho inferior ao mesmo trimestre do ano passado, com
a indústria retraindo 14,2%, serviços 2,1% e agropecuária 6,7%.
A
ressalva é para a atividade da indústria de transformação, que ficou 2,2% acima
do nível de atividade do 3º trimestre de 2019. As atividades de celulose e
papel, produtos alimentícios e fabricação de minerais não metálicos impactaram
positivamente o crescimento da indústria de transformação.
Para o
resultado do acumulado no ano, o Estado acumulou perda de 6,0% de janeiro a
setembro, em relação ao mesmo período do ano passado, com baixa em todos os
setores de atividade. Para o Brasil esta perda foi de 5%.
A
presidente da Findes lembrou, contudo, sobre a continuação da pandemia. “Para
controlar a Covid, preservar vidas e empregos, precisamos manter o rigor com os
protocolos de segurança. As indústrias têm seguido à risca esses protocolos e
estamos vendo isso na visita às plantas. Mas, reiteramos que esse é um
compromisso de toda a sociedade. Mesmo nos momentos de lazer, o cidadão deve
observar o uso de máscaras, o distanciamento social, a higiene das mãos. É esse
cuidado que vai garantir o controle da pandemia e a manutenção da atividade
econômica e dos empregos”, disse Cris Samorini.
Com Informações Revista Negocio Rural