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| O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), o coronel Márcio Celante Weolffel |
O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), o coronel Márcio Celante Weolffel, detalhou para o Folha Vitória nesta quarta-feira (08), a implantação de uma tecnologia de geolocalização de propriedades rurais via QR Code.
O sistema, que está em desenvolvimento e poderá ser implantado em poucos meses, viabiliza o atendimento mais rápido das polícias a regiões mais distantes nos 72 municípios do interior capixaba.
A ideia, inspirada em iniciativa implantada no estado de Goiás, consta do plano de Segurança Rural traçado pelo Governo do Estado, e permite a identificação das propriedades por meio de placas com informações que podem ser captadas no celular (com QR Code).
Desse modo, quando um produtor rural cadastrado aciona a polícia, é possível visualizar a localização exata da fazenda. Ou seja, um local antes dificilmente acessado e sem pontos de referência, passa a ser encontrado com precisão.
“O programa ou será trazido de Goiás ou será inteiramente desenvolvido no Estado, isso ainda está em avaliação. O de Goiás necessitaria de integração interna, estamos avaliando o que será mais rápido. Mas nos próximos meses poderá haver o lançamento”.
A implantação do QR Code é um trabalho grande, como pontuou o secretário. Com o programa criado, também será orientada uma metodologia para implantação.
“Teremos reuniões com sindicatos, associações, polícias, bombeiros, e outros órgãos, bem como com os moradores, para discutir a melhor metodologia para atender às propriedades rurais. Será visto como poderá ser feito cadastro e utilização da placa e definido qual será o ponto de partida. Importante lembrar que a realidade do Sul é diferente da do Noroeste, precisaremos de alinhamento com as prefeituras e produtores”, afirmou.
Além da ferramenta, o secretário também destacou que existe a intenção de identificar as máquinas do campo para saber a qual propriedade pertence, por meio de marcação nos equipamentos, com uso de uma espécie de código de patrimônio.
Questionado sobre possível aumento da criminalidade na zona rural do Espírito Santo que justifique a maior intervenção da Sesp, Celante afirmou que, o que se pode confirmar, é que houve um aumento na repercussão.
“A região conta com furtos e roubos de gado e de café, por exemplo. São ocorrências que, na grande maioria, a estatística não mostra como aumento, mas como repercussão maior do tipo de ação”, resumiu.
OPERAÇÃO COLHEITA
A Operação Colheita 2022 foi lançada pelo governador Renato Casagrande ainda em abril, e contempla 72 dos 78 municípios do Espírito Santo, com policiamento extra nas áreas rurais, até o mês de novembro. A ação também faz parte do Plano Estadual de Segurança Rural, com objetivo de dar foco ao aumento da segurança pública para o trabalhador do campo capixaba.
De acordo com Celante, ao todo, na Operação Colheita, serão investidos R$ 6,8 milhões, destinados ao pagamento de indenizações suplementares de escala operacional (Iseo), aos militares que participarão das ações.
“Começamos 40 dias antes esse ano. No ano passado foi investido R$ 1,6 milhão, este ano o investimento é bem maior. Por meio da estratégia, um militar, no horário de folga, poderá continuar trabalhando na viatura em escala extra e a indenização, neste ano, abrange 72 municípios”, explicou.
“Também contamos com a participação da população local nas reuniões, para que também façam ligação para o disque denúncia e não esqueçam de registrar a ocorrência, o que muitas vezes não é feito, para que possamos mapear onde precisa de maior atenção”.
Em 2021, a operação resultou na apreensão de 47 armas de fogo, recuperação de cargas grandes de café e pimenta que haviam sido roubadas, além de 46 prisões em flagrante. Essa é mais uma ação dentro do programa Estado Presente, que combate não somente a violência urbana, mas também o aumento dos problemas no campo.
DELEGACIAS ESPECIALIZADAS
O Plano Estadual de Segurança Rural também contemplou assinatura de decreto pelo governador do Estado para a criação da Delegacia Especializada de Crimes Rurais.
“Já está em funcionamento e é sediada na Chefatura de Polícia, na Capital, e conta com sete núcleos regionais. Em Vitória as informações são geridas e fornecidas aos demais municípios”, explicou o Coronel.
Segundo ele, com a criação desta delegacia, uma pessoa que teve, por exemplo, uma máquina roubada em determinado local, iria para uma delegacia regional e o caso seria tratado como mais um crime.
“Na especializada o investigador vai cuidar daquele crime especificamente, e, precisando de suporte de inteligência, vai conseguir em Vitória”, pontuou.
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Fonte: Folha Vitória
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