Nordeste bate recordes de geração de energia eólica, energia de um jeito mais barato


O Nordeste vive uma temporada de ventos fortes e consegue produzir energia a um preço mais em conta do que outras formas de geração do setor elétrico.

Movidos pela chamada safra dos ventos, os aerogeradores instalados no Nordeste estão em plena potência. É o período do segundo semestre onde se colhem recordes de geração de energia.

Em agosto, num único dia, a energia média gerada - 13.380 mwa - foi suficiente para suprir toda a região e ainda exportar uma parte para o restante do país.

"Esse fator é muito importante, porque a energia eólica gera muito no período em que as hidrelétricas estão gerando menos, o que contribui para que a gente tenha muita segurança no sistema em termos de abastecimento, e que a energia chegue para o consumidor a preços mais competitivos", explica Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica.

A entrada em operação de novas usinas eólicas contribui para o aumento da produção de energia a cada ano. Uma que fica em Fortim, litoral do Ceará, tem capacidade suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes.

A maior parte da geração entra no sistema que abastece o país. Agora, parte dela vai para o chamado mercado livre, que dá às empresas que consomem muito a possibilidade de contratar energia direto de uma usina de geração.

“É um mercado que, ao longo do tempo, pode chegar ao consumidor residencial. Isso já é uma realidade há muito tempo na Escandinávia - na Suécia, Noruega, Dinamarca. O consumidor escolhe se ele vai comprar da sua concessionária local ou se ele vai fazer algum contrato com outra fonte de geração", conta Francisco Arteiro, diretor de operações de Furnas.

"Vai poder escolher, por exemplo, uma energia mais limpa: energia eólica, energia solar. Vai poder negociar descontos. Hoje, para os consumidores de grande porte, este desconto pode chegar à casa dos 20%", afirma Joaquim Rolim, coordenador de energia da Fiec-CE.

Enquanto a possibilidade de vender a energia gerada diretamente para os consumidores incentiva os investimentos no setor, o país já tem 66 projetos de complexos eólicos offshore com a instalação das torres no mar, onde o vento é mais intenso e não encontra barreiras.

Os projetos estão na fase de licenciamento ambiental em oito estados, principalmente no Rio Grande do Sul e no Ceará.

Na Europa, esta já é uma realidade. Por aqui, ainda é preciso regulamentar o uso do mar para instalação dos complexos, mas a expectativa é que os primeiros empreendimentos estejam concluídos e gerando energia em oito anos.

Fonte: JN


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