Tragédia de Mariana: indenização para atingidos agora pode chegar a R$ 230 bilhões


Após um julgamento histórico no Tribunal de Apelação em julho de 2022, que garantiu a tramitação do caso na Inglaterra, um novo prazo foi aberto para inclusão de atingidos ao processo que envolve a tragédia ambiental e humano de Mariana, em Minas Gerais.

O prazo foi encerrado no final de fevereiro de 2023, e o número total de requerentes saltou para mais de 700 mil, entre eles 46 municípios - agora não apenas de Minas Gerais e Espírito Santo, mas também dos estados do Rio de Janeiro e da Bahia. O valor em indenizações aumentou de R$ 158 bilhões para R$ 230 bilhões (US$ 44 bilhões).

Deste modo, a ação movida internacionalmente contra a mineradora BHP Billiton pelo colapso da barragem acaba de receber 500 mil novos autores, saltando de 200 mil para 700 mil o total de vítimas representadas pelo escritório global de advocacia Pogust Goodhead.

A BHP, juntamente com a Vale, são controladoras da mineradora Samarco, responsável pela exploração da barragem do Fundão, que se rompeu em 2015 em Minas Gerais.

O processo tramita na Inglaterra desde 2018, quando o grande escritório entrou com uma ação contra a BHP, mineradora anglo-australiana, em nome de vítimas que incluem comunidades indígenas e quilombolas, empresas, municípios, instituições religiosas e autarquias de serviços públicos.

Naquele ano, os advogados estimaram a responsabilidade da BHP em R$ 32 bilhões (ou 5 bilhões de libras esterlinas), excluindo juros.

Relembre a tragédia

Já são mais de 7 anos: em 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, de responsabilidade da Samarco, se rompeu em Mariana, no estado de Minas Gerais, causando uma grande enxurrada de lama que devastou o distrito de Bento Rodrigues e atingiu 39 municípios, sendo quatro no Espírito Santo: Linhares, Colatina, Baixo Guandu e Marilândia.

Ao todo, 19 pessoas morreram, as comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo foram arrasadas e os 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro foram lançados no rio Gualaxo do Norte e contaminaram os 670 km do leito do Rio Doce, até o litoral do Espírito Santo, mais especificamente em Regência, no município de Linhares.

Desde então, pessoas que sofreram prejuízos estão sendo indenizadas pela Fundação Renova, entidade que representa as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton e que foi criada para lidar com a reparação dos danos causados pela tragédia ambiental.

Os acordos individuais têm valores específicos para cada uma das famílias atingidas e são confidenciais, de acordo com a Fundação Renova.

Tanto tempo depois, o alaranjado da lama já não é mais visto no Rio Doce e nem em Regência. Apesar disso, os vestígios dos rejeitos ainda se fazem presentes e seguem impactando pescadores e moradores que dependiam do rio.

Fonte: Folha Vitória


Postagem Anterior Próxima Postagem