Comerciante que vendia celulares pela internet para todo o país e nunca entregava os aparelhos é preso em Barra de São Francisco

Polícia Civil apreendeu grande quantidade de celulares e carcaças de aparelhos — Foto: Divulgação/Polícia Civil


Um comerciante que vendia celulares de luxo adulterados ou roubados foi preso em Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, nesta quinta-feira (25). Segundo a Polícia Civil, o esquema de comércio fez mais de 50 vítimas em todo o país. O dono da loja vendia os aparelhos por preços abaixo do mercado, mas nunca enviava os produtos.

Ainda de acordo com a polícia, a loja tinha uma estrutura luxuosa e ostentava dezenas de caixas de celular nas vitrines, que o comerciante filmava e publicava em redes sociais, com o objetivo de atrair clientes.

Além do dono do estabelecimento, um policial militar da reserva envolvido no esquema também foi preso. Uma grande quantidade de celulares foi apreendida, mas a polícia não divulgou o número exato.

A investigação da Polícia Civil do Espírito Santo, realizada há mais de um ano, identificou irregularidades na atividade da empresa. Leonardo Forattini, delegado responsável pelo caso, explicou como funcionava o esquema.

“Os responsáveis pela loja comercializavam produtos para vítimas de vários estados que adquiriam equipamentos eletrônicos com preços abaixo do praticado no mercado. Porém, não recebiam os objetos comprados ou recebiam aparelhos adulterados. Em outra ponta do esquema, ele usava dados de terceiros para abrir contas bancárias. Quando alguém se interessava por algum aparelho anunciado, o comerciante solicitava o pagamento via Pix para uma dessas contas, mas não enviava a encomenda", contou o delegado.

O comerciante também fazia vendas na loja física, mas os clientes recebiam aparelhos adulterados ou com restrição de furto ou roubo.


O delegado disse ainda que um morador de Barra de São Francisco chegou a comprar um aparelho na loja e, quando foi ativar, constatou que o IMEI (código de identificação do aparelho) estava com restrição de furto/roubo. Já outros clientes tiveram o aparelho quebrado pouco tempo após a compra.


A investigação apurou a conduta de organização criminosa voltada à prática de diversos crimes de estelionato, receptação qualificada pelo exercício da atividade comercial, falsificação de documento particular, crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor e crimes contra a ordem tributária.

Durante as buscas na loja do investigado, vários telefones foram apreendidos com suspeita de restrição de furto/roubo. Também foi apreendido um grande número de “carcaças” de telefones, cujas peças teriam sido retiradas para que fossem utilizadas em outros aparelhos, além de notebooks, tablets e caixas vazias de celulares.

O outro inquérito policial, conduzido pela Delegacia de Polícia de Mantenópolis, investiga o comerciante pela prática do crime de extorsão e estelionato.

A investigação indica que ele e o policial da reserva teriam extorquido uma das pessoas cujos dados foram usados para abrir contas bancárias. A vítima identificou um depósito vultoso no nome dela e bloqueou a conta, o que levou o investigado a ameaçá-la com objetivo de reaver o valor.

Fonte: G1


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